15:00 até às 15:00
Queremos Água no Chafariz, Não Tapumes!

Queremos Água no Chafariz, Não Tapumes!

Criámos este evento para o dia 1 de Outubro do ano passado, 2016. Nesse dia, talvez por acaso, instalaram os tapumes e os andaimes.

Quase um ano depois o Chafariz de dentro e o de fora continuam sem água! 

Queremos água e não tapumes! 

Toda a população residente e visitante em Alfama reclama que os Chafarizes voltem a ser de utilidade pública! 


Queremos que o Chafariz volte a ter água!
Este é, provavelmente, o mais antigo chafariz de Lisboa. Aqui beberam os cavalos do Zé Grande, mas também tomámos banhos muitos de nós!
Apelamos à Junta e à Câmara para, com união de esforços, a água possa voltar a correr no nosso querido Chafariz!

Este é já o segundo apelo de várias acções que organizaremos para devolver este equipamento a quem aqui vive, a quem nos visita e a quem cá trabalha!


Descrição do Chafariz:
Chafariz em cantaria de calcário lioz, em aparelho isódomo, de planta rectangular, composto por espaldar rectilíneo, definindo um extenso muro, rematado por cornija, encimada por platibanda metálica vazada, com acrotérios nos ângulos, onde surgem as inscrições incisas "CML", no do lado esquerdo, e "1872", no do lado direito. No centro do espaldar surge um silhar em cantaria, emoldurado a calcário vermelho, onde existe a seguinte inscrição incisa: "ESTE CHAFARIS MANDOV A CAMARA DESTA CIDADE REFORMAR NO ANNO DE 1622 SENDO PRESIDENTE DELLA JOAO FURTADO DE MENDONÇA DO CONSELHO DE SUA MAGESTADE", continuando na base da moldura "O QVAL SE REFORMOV COM O DINHEIRO DO REAL DAGVOA"; o silhar está flanqueado por duas janelas de arejamento, jacentes, com molduras de cantaria salientes e protegidas por grades metálicas. De menores dimensões que o espaldar, o tanque, rectangular, pouco profundo e de bordos simples, com a estrutura reforçada por gatos de ferro. Colateralmente ao tanque, regista-se a presença de dois tanques ao nível do pavimento, um de cada lado, também rectangulares, com bordos simples e com vestígios das antigas bicas, circulares; no interior, mantêm as réguas metálicas para apoio do vasilhame. No lado esquerdo do chafariz, surge, incluído no muro, um silhar emoldurado com as armas da Câmara de Lisboa e o escudo real.


Cronologia do Chafariz:

1280 - primeira referência documental ao chafariz, então designado como Chafariz dos Cavalos, que servia para abastecimento do Bairro piscatório de Alfama e permitindo o fornecimento de água aos barcos que acostavam à Ribeira; séc. 14 - fica encostado à muralha fernandina, no lado interior da mesma; 1373 - segundo o cronista Fernão Lopes, são retiradas, neste ano, as bicas de bronze em forma de cabeças de cavalo (das quais poderia, segundo alguns autores, advir a designação de Chafariz dos Cavalos), para que os castelhanos, que então cercavam Lisboa, as não levassem; 1494 - D. João II ordena obras no chafariz, de modo a que se repartissem as suas águas para o chafariz dos Paus ou da Praia, permitindo o abastecimento dos batéis das naves; manda que se façam dois tanques laterais, alimentados pelos sobejos do central, para os animais e para as necessidades de lavagem da população; séc. 16 - Francisco de Holanda refere que existe este chafariz, destinado aos animais, de onde lhe advirá o nome de Chafariz dos Cavalos; 1554 - o cronista Damião de Góis refere o chafariz, ainda sob a designação de Chafariz dos Cavalos, mencionando as esculturas de cavalos de cujos focinhos, em bronze, jorrava a água; 1622 - o chafariz é reformado, à custa do "real da água", por ordem do Senado da Câmara, sendo presidente João Furtado de Mendonça; séc. 18 - o painel de azulejos do Museu do Azulejo mostra um chafariz de espaldar, encimado por frontão contracurvado, rematado por pináculo de bola ou uma esfera armilar; fornecia água ao denominado Chafariz Novo ou Chafariz da Praia; 1726 - é referido no Aquilégio Medicinal como sendo de água tépida, com salitre e enxofre, sendo boa para problemas de visão; 1755, 1 Novembro - o terramoto causa alguns danos ao chafariz; 1758, 6 Abril - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo prior Joaquim Manuel de Carvalho, relativa à paróquia de São Miguel, é referido o Chafariz de Dentro, com um tanque com cerca de seis varas e com a largura de duas, flanqueado por dois mais pequenos, onde existiam quatro bicas de águas, duas em cada um; desde o terramoto até à data, a água deixou de correr; o chafariz da Praia deitava água por cinco bicas; 1837 - construção do Tanque das Lavadeiras, no Cais da Lingueta, para onde corriam os sobejos do Chafariz; 1851 - a caixa de água e mina tinham acesso por uma porta existente no Beco do Mexia, que ligava a um corredor, que se bifurcava, um deles dando acesso a uma escada, no fundo da qual existia um dispositivo que regulava o fluxo da água, que jorrava da parede do corredor geral; 1872 - campanha de obras de beneficiação e restauro; 1970 - durante sondagens destinadas ao reconhecimento geológico do traçado da linha de Metro entre o Rossio e a Madre de Deus, efectuada junto ao chafariz, foi descoberta, a 25, 80 m. de profundidade, um grande aquífero artesiano.

(fotografia de Daniel Rocha/Público à instalação de Eduarda Costa Ferraz/Paratissima 2016)
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