Os Dead Combo de Tó Trips e Pedro Gonçalves tornaram-se, muito justamente, num sério caso de sucesso nacional e internacional, facto que deve ser imputado exclusivamente à profunda originalidade da música que criaram: recolhendo influências tão diversas como as que vão do fado ao jazz, das mornas de cabo Verde ao Choro do Brasil, de Maestro Ennio Morricone e dos mestres ciganos do flamenco, do rock e de músicas periféricas mais experimentais, os Dead Combo ergueram uma linguagem singular, que só a eles pertence.
A discografia do duo tornou-se, entretanto, um sólido repositório dessas marcas de identidade: seis aplaudidos álbuns de originais, incluindo o mais recente A Bunch of Meninos, gravações ao vivo e DVDs, que funcionam sempre como bandas sonoras para filmes imaginários que todos podemos ver se fecharmos os olhos e nos concentrarmos nos ricos diálogos que estes músicos conjuram.
Em palco, os Dead Combo adicionam à sua música uma dimensão icónica extra, com a luz e os adereços, as roupas e a “mise en scéne” a contribuírem para uma experiência que só eles parecem saber proporcionar, que sobrevoa o tempo, entre o passado e o futuro, como se o som dos Dead Combo não pertencesse a lugar algum, mas em todo o lado – e em todas as eras – fizesse sentido.
No horizonte desenha-se agora um novo álbum que merecerá antecipação no concerto do Trindade.
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