17:00 até às 20:00
Exposição 'Fazer é construir. Percorrer é desconstruir'

Exposição "Fazer é construir. Percorrer é desconstruir"

Inauguração
Artistas: Fernanda Fragateiro e Nuno Sousa Vieira.
Curador: Miguel Sousa Ribeiro

TEXTO CURATORIAL
O construído é para ser vivido. Habitado. Percorrido. Desconstruído. Quando o artista constrói é para alguém receber; viver; habitar; usar; observar; percorrer ou desconstruir. Cabe a este não só receber como oferecer: o seu sentido. Então há sempre duas direcções. O observador e o observado. O vazio e o cheio. Esta dupla direcção é o jogo da construção e desconstrução. Da obra e do seu receptor. Da arte e da vida.

Podemos encarar o espaço como algo onde foi criado lugar: disponível e com acesso. Tal como nos disse Martin Heidegger “espaço é, em essência, aquilo para o qual se criou lugar”. Apesar de parecer, e/ou estar, vazio e livre está, também, limitado. Um limite que não impede, mas que permite que algo seja passível de se (re)iniciar e potenciar presença. É esta presença (viva) que colocará o lugar enquanto espaço dotado de identidade; um sítio reconhecido. Um lugar cujo significado é dado por quem o usa; habita; percorre e desconstrói: o individuo.

A construção é aqui uma palavra-chave, na medida em que encaramos/entendemos o artista como um construtor.
A este nível Fernanda Fragateiro (PISO 0) e Nuno Sousa Vieira (PISO-1) concedem uma especial importância não só aos materiais que utilizam, mas também, se não mais, ao próprio processo construtivo e não meramente criativo.
Com frequência, ambos os artistas utilizam (ou usam) nas suas criações elementos arquitectónicos (ou ligados à arquitectura) como paredes, chãos, mesas, cadeiras, portas ou janelas e é, também, com eles que procuram relacionar e implicar o espectador com a sua obra. "O carácter construtivo só conhece um lema: criar espaço, apenas uma actividade: preencher." (Walter Benjamin)

Realça-se assim, o artista que, também, constrói associando-o à prática que, tendencialmente, o artista contemporâneo assume, na medida em que tende a conceber/projectar e a criar obras tridimensionais, deslocando-se ao local e trabalhando in situ, fazendo com que as obras se relacionem, adaptem, insiram, articulem e ajustem a cada espaço, por vezes a qualquer espaço, potenciando uma confrontação e tensão entre o lugar que ocupam – tradicionalmente espaço comum do espectador (o chão) – e o visitante.
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
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