FLUC - Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
Largo Porta Férrea - Coimbra Ver website
para um músico, esta semiose é tonalidade e ritmo; luz que se extin—gue na vista para renascer na dimensão que representa, a sonora
Esta experiência propõe uma imersão em sugestões digitais de padrões, em formas que (entropicamente) nos induzem signos e (imediatamente) desencadeiam o processo de produção de sentido. O signo torna-se significado ao atravessar os olhos provocando um sentimento acerca do corpo ausente que representa. Para um músico, esta semiose é tonalidade e ritmo; luz que se extin—gue na vista para renascer na dimensão que representa, a sonora.
Durante séculos os signos musicais procuraram o detalhe da especificação como forma de atingir a interpretação perfeita: sempre igual, o intérprete tornado o replicador, meio de reprodução de algo previamente criado, onde a derivação é falha, pecado perante a divina e imutável obra. Já o erro humano, procurou na tecnologia a certeza calculada e no obsolescer do replicador encontrou-se com a curiosidade da expressão tecnológica. Estas novas formas de expressão retroalimentam (por necessidade) a notação criando novas expressões mais informativas ou mais estimulantes.
Acresce que há quem se aborreça mais com a monotonia figurada que com a literal, para os quais os signos não servem como grilhões, mas antes janelas com vistas para as paisagens alucinadas que não sabiam querer atingir. Para estes, os signos devem estar vivos e apesar de encapsulados num sistema construído por humanos, devem exibir comportamentos característicos dos sistemas vivos naturais. Porque esses são os sistemas que dançam debaixo das estrelas ou ao ritmo da chuva em padrões evanescentes, periódicos e complexos. O aborrecimento não raramente causará a revolta contra o estrito e determinístico; apesar das inúmeras e conhecidas baixas as vanguardas não se demovem pela responsabilidade de poupar os que as seguem e por incapacidade de ser outra coisa. Este destino está indeterminado e esse será o seu maior apelo.
— André Quaresma
Local Salão Brazil
Conceito André Quaresma
Música original Ilda Teresa Castro & Vitor Rua
Autómatos Celulares Museográficos André Quaresma & Rita Barqueiro
Produção André Quaresma & Rita Barqueiro
Apoios Casa da Artes Bissaya Barreto; Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos; Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória; Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra; Faculdade de Letras da Universidade do Porto; Jazz ao Centro Clube; LIPA — Laboratório de Investigação e Práticas Artísticas; Mundos e Fundos; RUC Rádio Universidade de Coimbra, Teatro Académico de Gil Vicente
Fotografia Arquivo FLUC
Fonte: https://tagv.pt/agenda/semioticas-andre-quaresma/
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