Nos anos 20, Tristan Tzara, poeta e artista romeno (um dos precursores do movimento Dada), colocou num chapéu recortes de papel, cada um deles com uma palavra escrita, e retirou-os um a um ao acaso, compondo assim um texto a partir de um princípio aleatório. Mais tarde, em 1954, o poeta e artista inglês Brion Gysin recortou páginas de jornais, dividiu-as em secções e reorganizou-as aleatoriamente. Em 1959, quando Burroughs tomou conhecimento desta técnica, a colagem já era utilizada nas artes plásticas há mais de 50 anos. Segundo Burroughs, com o Cut-up abrem-se novas possibilidades que permitem explorar o acaso na produção literária, agregando diferentes realidades numa só, gerando justaposições inesperadas e novas relações sintáticas. A composição textual aproxima-se assim da composição fílmica, da montagem. Na realidade, de acordo com Burroughs, toda a escrita é composta de Cut-ups, fragmentos que lemos e ouvimos algures, ficando registados na nossa memória. O Laboratório de Práticas Textuais Experimentais é um curso cujo principal objetivo é estimular a produção de literatura experimental através do uso de restrições formais e estratégias de apropriação textual, colocando em perspetiva várias propostas do avant-garde literário e artístico das últimas décadas. Entre 2016 e 2024 realizaram-se 12 edições do curso na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Bruno Neiva é um poeta experimental. Para mais informações: https://laboratoriopraticastextuaisexperimentais.weebly.com/ https://brunoneiva.weebly.com/ https://www.instagram.com/b_n_e_i_v_a/ ——Preço: 25 EUR—— MATERIAL NECESSÁRIO Laptop, livros, revistas e/ou jornais, fita-cola e tesoura.