Vittoria termina um relacionamento amoroso com Riccardo, um intelectual, e envolve-se com Piero, um agente da bolsa. Elegia sobre a inconstância do amor, adágio amargurado, O Eclipse é de Monica Vitti, incomparável e espantosa, a despedir-se também do célebre preto e branco do diretor de fotografia Gianni Di Venanzo.
Michelangelo Antonioni (1912) escreveu sobre cinema e publicou contos. Trabalhou com Marcel Carné, escreveu para Rossellini e Fellini. Depois de Gente del Po e alguns documentários de duração curta, a sua primeira longa de ficção, Escândalo de Amor (1950), anunciava já as inovações que viria a introduzir na história do cinema italiano, afastando-se da ortodoxia neo-realista. Nessa década, alguns já sentiam que era preciso dar um passo em frente, “ultrapassar o problema da bicicleta”. E a sua quarta longa, O Grito (1957) foi, como diz Manuel S. Fonseca, “uma respeitosa salva fúnebre em honra do neo-realismo”, onde Antonioni procurava, citando as suas palavras: “olhar para dentro do homem a quem roubaram a bicicleta e ver quais são os seus pensamentos, como se adequam, quanto ficou dentro dele de todas as experiências passadas, da guerra, do pós-guerra…”. Seguiu-se a célebre “trilogia dos sentimentos”, e a colaboração com Monica Vitti: A Aventura (1960), A Noite (1961) e O Eclipse (1962).
Local auditório TAGV
Origem Itália, França, 1962
Com Monica Vitti, Alain Delon, Francisco Rabal
Festival de Cannes 1962 Prémio Especial do Júri
Cópia digital restaurada
Fonte: https://tagv.pt/agenda/o-eclipsemichelangelo-antonioni/