Com ponto de encontro no Museu de Arte e Atrelagem, em Gavião, os participantes na acção «O Próprio e o Alheio: Ictiofauna do Tejo» rumam às margens deste rio, na freguesia de Belver. Bernardo Quintella, biólogo e professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, orientará a actividade para uma melhor compreensão das espécies autóctones – como a boga, o barbo e a enguia, que ao longo de séculos sustentaram comunidades ribeirinhas – e uma avaliação do impacte das espécies exóticas, com destaque para o peixe-gato, considerado um predador voraz e altamente nocivo, cuja presença ameaça gravemente o equilíbrio ecológico do Tejo. Outros invasores, como a perca-sol ou o achigã, também serão analisados, revelando como chegaram às águas portuguesas e de que forma alteraram cadeias alimentares e práticas de pesca tradicionais.
Para tornar esta realidade mais palpável, serão lançadas redes ao rio, em capturas experimentais, o que permitirá observar directamente a composição das comunidades piscícolas. Além disso, haverá contacto próximo com a água, proporcionando uma experiência prática que ajudará a compreender, de forma sensorial, mas sem descurar a vertente científica, o que está verdadeiramente em risco neste ecossistema fluvial. O exercício permitirá discutir estratégias de conservação e partilhar o conhecimento acumulado pelos pescadores locais.
Actividade de acesso livre e gratuito.