Uma “coleção simples” de 80 modelos para homem e mulher, mas artisticamente “muito criativa” e com todos os primores da alta-costura, vai ser apresentada por Tony Miranda em Lisboa no dia 11 de setembro. “Herança Couture” é o nome da coleção em que o costureiro português irá propor um diálogo dos anos 2025 e 2026 com a tradição da moda europeia, que cultiva a elegância na vida urbana do dia a dia. “São roupas muito citadinas, desenhadas para ambientes de trabalho ou lazer, também com modelos concebidos para festas onde imperam a elegância e o glamour”, afirma Tony Miranda enquanto finaliza as suas criações e as aperfeiçoa aos modelos que irão desfilar com elas na passerelle. “É a minha homenagem a Paris, onde vivi e trabalhei tantos anos, mas também a Lisboa, onde atendo a maioria dos clientes, que está uma cidade mais cosmopolita e mais vibrante a cada ano que passa”. O atelier no seu edifício “Tony Miranda”, na Avenida da Liberdade, tal como o hotel que o costureiro inaugurou em 2022 no interior do mesmo quarteirão, são ótimos pontos de vista para nacionais e estrangeiros que cruzam os seus estilos pela capital portuguesa. Será no jardim do TM Luxury Apartments, a unidade de turismo de moda de Tony Miranda na baixa de Lisboa, que a apresentação da coleção “Herança Couture” vai ter lugar. A receção aos convidados começará a partir das 19:00 de 11 de setembro, quinta-feira, e a passagem de modelos está marcada para depois das 19:30. Após o desfile será servido um cocktail. “Esta minha coleção “Herança Couture” é um exercício de reverência à aprendizagem, ao trabalho artesanal elaborado em atelier, à tradição da alta costura europeia, à capacidade criativa da moda através da forma, do conhecimento dos materiais e das texturas que contam histórias”, afirma Tony Miranda. Segundo o costureiro, uma parte desta nova coleção foi desenvolvida com base na sua autobiografia “Metade de mim”, editada pela Guerra & Paz em 2023, uma história de vida movida pelo legado da moda, pelos conhecimentos da sua mãe, “uma grande costureira”, e pela arte de bem fazer do pai, artesão “bottier”. Tony Miranda iniciou a sua carreira em Paris na Maison Joseph Camps, um mestre da alta-costura francesa, e foi diretor criativo da casa Ted Lapidus. Depois abriu a sua primeira boutique e atelier em Paris no número 61 bis Av. Suffrem e, nos anos 80, instalou-se no número 5 da Rue Cambon, no bairro da moda. Regressa a Portugal e abre atelier e loja em Guimarães, no centro histórico, abrindo mais tarde loja no Porto. No final dos anos 90, fixou também atelier e loja na Avenida da Liberdade, em Lisboa. Vestidos que valorizam o corpo feminino A nova coleção de Tony Miranda é definida por ele como “uma explosão de sensações” e “um sentimento de paixão constante”. A aparente “simplicidade” dos modelos integra os melhores materiais, a escolha criteriosa dos tecidos e centenas de horas de trabalho, nas quais o corte, a “moulage” dos modelos e a inclusão minuciosa de detalhes refinados fazem a diferença. As cores preto e branco terão protagonismo, como é habitual nos seus desfiles. Nas peças femininas o azul, o amarelo, o verde, o vermelho e o rosa, serão tons muito presentes. Os vestidos terão sedas esvoaçantes, crepes intensos, rendas diferenciadoras, tafetás e organzas secos, onde o jogo de mate e brilhante será notório. Haverá também adamascados, veludos, estampados com efeitos frescos e muitas flores. “O que mais gosto de fazer é valorizar o corpo da mulher”, afirma Tony Miranda, seja em roupa para uso profissional ou para outras ocasiões. “Quero que a roupa que crio faça sonhar, que as pessoas fantasiem”, confessa o costureiro. “Poderão ver no desfile como esta coleção, sendo muito urbana, está recheada de peças sofisticadas e irreverentes”. Homens exuberantes em festas, casuais no trabalho. Na roupa de homem, o cinza, o azul e o rosa, vão alternar com o negro. Haverá casacos com estampados muito descontraídos, atrevidos, ao lado de clássicos, onde os lisos, as riscas finas e os espinhados estão presentes. “Tento interpretar o ar do tempo, no qual o mesmo homem pode usar casacos exuberantes, em festas ou eventos, e depois blazers com jeans e uma camisa, que pode ser de seda, enquanto trabalha”, detalha Tony Miranda. “Ou então fatos mais clássicos, fato assertoado, azul e com riscas, com pormenores requintados”. Para além das fazendas de lã fria, veludos e crepes, haverá também sedas naturais, brocados e algumas rendas. Ponte entre o passado e o futuro, as peças da coleção “Herança Couture” terão referências ao relacionamento de culturas, “um tema que ganhou este ano grande relevância política no nosso país”, refere Tony Miranda. Também as alterações climáticas, o estilo de vida urbana, a evolução europeia e os conflitos mundiais vão estar presentes neste desfile que irá animar o início de setembro em Lisboa. “A roupa é uma forma de cada um se relacionar com o mundo”, observa o costureiro. “Pela minha parte, vou continuar a dar o meu contributo para que esse relacionamento tenha um lado estético, e cultural, mais ativo e mais presente”.