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... e vi o céu

... e vi o céu

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... e vi o céu 
o astrofísico Suleiman Baraka pôs crianças palestinianas a olhar para lá das bombas, para as estrelas, é a maneira de se sentirem livres no seu próprio território; look up here, i’m in heaven, escreveu David Bowie antes da sua morte para nós escutarmos depois, podia ter sido um verso do seu haiku final, mas fez diferente; o príncipe Andrei em "Guerra e Paz", é atingido, cai para trás, e deitado deixa de ver a guerra, só vê o céu e as nuvens.

«Não se olha nunca para trás. É isso que distingue a guerra de outras maneiras de morrer. Nuns casos diz-se adeus e noutros, não. Na guerra, o que está dentro da pessoa tem que se atirar para a frente, como pedras. Cada um vem a ser a própria pedra, de modo a não ter fome, não ter frio, não ter medo. A pedra é o milagre.»
'Um bailarino na batalha', Hélia Correia
                                                                                                                                         
olhar para lá das bombas, para as estrelas  
preparar o inevitável poderá ajudar-nos a acolher de forma mais pacífica o futuro e a viver melhor o presente, mas também a apaziguar-nos, a encontrarmo-nos nas perdas e a superar a dor dos que nos deixam, celebrando-os em gestos criativos que potenciam a (nossa)vida. Apesar do desconforto, este é um assunto cada vez mais falado pelos profissionais de saúde - exemplo disso é a carta que o Dr. Mark Taubert, médico de cuidados paliativos, escreveu a David Bowie e que é ouvida na parte final deste espetáculo -, assim como pela sociedade civil, particularmente pelos cuidadores informais ainda muito desacompanhados. Esta temática é também abordada, cada vez com mais frequência, pelo cinema e pelas artes. David Bowie preparou-se, despediu-se deixando-nos BLACKSTAR, onde encontramos Lazarus, um dos temas desse álbum que é tocado ao vivo no espetáculo.

... e vi o céu  
propõe-nos uma reflexão não linear sobre a superação e a transcendência, partindo de memórias, de experiências pessoais, mas também de acontecimentos reais que nos impelem a contemplar e a celebrar a vida e a natureza, como se poderá ver em alguns dos excertos do filme SUPERNATURAL, de Jorge Jacóme e André e. Teodósio, que também integram esta criação. A guerra, a luta por um território e até pelo mais básico são uma realidade que se pode transmutar num projeto de superação e elevação como o do astrofísico palestiniano Suleiman Baraka, que nos desafia a olhar para além das bombas, para as estrelas. 

criação e interpretação: José Laginha e Marlene Vilhena
texto dramatúrgico: Miguel Castro Caldas
excertos de: Um bailarino na batalha, Hélia Correia
carta: Mark Taubert para David Bowie
tradução da carta: André e. Teodósio
composição e interpretação ao vivo de versões de músicas de David Bowie, leitura da carta: José Salgado
excertos do filme: SUPERNATURAL
espaço cénico: José Laginha
desenho de luz: Hugo Coelho
direção técnica: António Martins
apoio técnico residência: Zé Rui
fotografia: Luís da Cruz
produção executiva: Ana Margarida Rodrigues
assistência de produção: Daniela Molar e Vitória Horta
residência de criação: DeVIR/CAPa
co-produção: Cineteatro Louletano, Teatro das Figuras
a DeVIR é uma estrutura financiada por República Portuguesa - Ministério da Cultura / Direção-Geral das Artes


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