Centro de Estudos em Fotografia de Tomar
Avenida General Norton de Matos 42 - Tomar Ver website
O Centro de Estudos em Fotografia de Tomar, em parceria com os Encontros da Imagem e o Festival IMAGO, inaugura a exposição com os vencedores da edição de 2024 da Open Call em Fotografia e Território, já na sua 2ª edição. Na Casa dos Cubos apresentam-se os projectos de Elisa Freitas “do Mar” e de Emanuel Constantino “(...) se elas houverem, a gente vai tirá-las”, onde ambos aspiram a explorar respostas expansivas e multidimensionais às relações humano-ambientais mediadas pela fotografia. No caso de Elisa Freitas, a ligação entre a memória afectiva do lugar que a fotografia permite reter intersecta-se com a erosão dos solos e da costa marítima portuguesa, numa série realizada na localidade de São Bartolomeu do Mar, a Norte de Portugal. Também a partir do Norte, mais concretamente do Vale do Ave, Emanuel Constantino tece uma densa trama visual em torno da arquelogia industrial, da ecologia, do mito, da História e da narrativa, envolvendo imagens próprias e do arquivo fotográfico vernacular.
“do Mar” de Elisa Freitas
do Mar mergulha nas transformações significativas que São Bartolomeu do Mar, uma pequena comunidade no Minho-litoral de Portugal, enfrentou devido à erosão costeira. A localidade, pertencente ao município de Esposende, foi o destino de férias da autora em criança e representa, hoje, um dos muitos exemplos de transformação territorial devido ao avanço do mar. O projeto distancia-se da romaria anual, pela qual S. Bartolomeu do Mar é procurado, e concentra-se na evolução física da paisagem, marcada pelo desaparecimento da praia, mas também pelas mudanças sociais que moldaram a comunidade ao longo do tempo na sequência deste evento.
“(...) se elas houverem, a gente vai tirá-las” de Emanuel Constantino
Nas margens do rio Ave e do rio Vizela sempre se ouviram murmúrios de uma atividade que lentamente minava, de dentro, os pilares de alguns concelhos e freguesias que das águas estavam dependentes. A enchente industrial que se foi fixando no vale do Ave, ameaçou desde cedo o ecossistema natural – e a saúde mental – daquela que era uma das paisagens mais marcantes da região. A poluição que se alastrou pela descarga de produtos tóxicos nos fluxos hídricos levou a um total desequilíbrio da fauna e flora local. Estas atitudes, consequentemente, levaram a que grande parte das espécies aquáticas se deslocassem para outras zonas, ou que, simplesmente fossem levadas à decadência. Da mesma forma que se ouviam os murmúrios da indústria têxtil, entre a população local, também se ouvia – em conversas tímidas – a possível existência de uma espécie exótica nos rios, que, a ser confirmada, desvendaria facilmente o desaparecimento abrupto das
restantes.
+ informações
inauguração: sábado, 18 janeiro, 15h30
horário: segunda a sexta, 10h00 às 12h00 e 14h00 às 17h00 | sábado e domingo, 14h00 às 17h00
Organização: Centro de Estudos em Fotografia de Tomar
Fonte: https://www.cm-tomar.pt/index.php/comunicacao/agenda/exposicoes/exposicao-da-2-a-open-call-em-fotografia-e-territorio-2024
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