“Tá aí a vir o Levante, móh!” - A primeira edição acontece nos dias 10, 11 e 12 de maio, no Ginásio Clube de Tavira, conta com poesia e música, e pretende que a comunidade se envolva, guiada pela brisa do Levante, nesta ode à arte que nos move - à cultura que nos une. No Algarve, a palavra "LEVANTE" é utilizada como referência a um vento que sopra de leste, que traz um mar revolto e um clima mais quente e seco. A Ria Inquieta - Associação Cultural inspirou-se neste evento, como o centro de uma celebração cultural que vem do mundo e que vai para o mundo, uma analogia aos ventos quentes que sopram de leste, desde o tradicional ao contemporâneo. O primeiro dia, 10 de maio, é dedicado à palavra, com Maria Giulia Pinheiro, poeta, dramaturga, pesquisadora e performer. Em 2020, ficou em 4º lugar na Copa do Mundo de Poetry Slam, em França, sendo também criadora do Núcleo de Dramaturgia Feminista. Maria Giulia Pinheiro apresenta assim um “poetry-up, stand-poetry, ou algo assim entre língua, boca, faca, ação e riso”, um espetáculo sobre madrastidade, branquitude e colonização, entre o stand-up comedy, a poesia falada e a palestra performática. E ainda Gil Dionísio, artista multidisciplinar autodidacta, letrista e contador de histórias, multi-instrumentista, que colabora com projetos como Criatura e Pás de Problème. O artista traz consigo um pouco do seu projeto “Contos e Lenga Lendas”, uma série de concertos e gravações criadas pelo mesmo. Melodias, cantigas e lenga-lendas criadas a partir dos muitos mundos de Dionísio. Cada peça um conto, cada conto uma história para um corpo que se quer vivo, um espectáculo múltiplo: onde há dança, teatro, música e muitos contos. O segundo dia, 11 de maio, conta com o novo projeto de Desidério Lázaro, “MicrUs”, com André Rosinha no contrabaixo e João Sousa na bateria. A música, improvisada, mas com pontos de partida melódicos e/ou harmónicos concretos, serve como veículo de micronarrativas, como se de pequenos pensamentos ao longo do dia se tratassem. O último dia, 12 de maio, chega com sotaque andaluz, com os “Murat Project”, que junta o músico italiano Mario Loi e o músico espanhol Mario Pousada. O projeto partiu do desafio de entender como soaria um bouzouki grego e uma guitarra flamenca juntos, ou uma guitarra elétrica com um rubab do Afeganistão, nascendo uma obra que explora um repertório de fusão da música étnica tradicional com conceitos modernos e vanguardistas, onde os instrumentos como o oud árabe, a guitarra flamenca, o bouzouki grego, a guitarra eléctrica, o rubab afegão ou o saz turco, são os protagonistas desta fusão moderna. Para mais informações: riainquieta@gmail.com