Sabemos da guerra porque a bala guardada nos corpos mortos, nos corpos mutilados, nos corpos doentes dos homens é cuidada por mulheres. Mulheres que redesenham o mapa dos estilhaços nos seus corpos, longe mas íntimos, de outros combates. Mulheres que lutam com os pesadelos, com os silêncios e com as dores. Mulheres que clandestinamente pensam na morte e tragam os gomos de uma laranja, comendo um poema de vísceras e paz. A Paz é a Paz é sobre estas mulheres. É um Teatro de Guerra que começou na vida da jornalista e poeta Maria João Carvalho para logo abraçar a Guerra Colonial, nos braços das suas madrinhas, e pensar na Ucrânia e na Palestina. A Guerra, afinal, é a Guerra. E para lá da ausência de frutos nas árvores, de cães e gatos nas ruas, para lá da ausência de pão e teto, acendem-se poemas como estrelas. A Paz é a Paz é um espetáculo que coloca o público frente-a-frente, corpo-a-corpo, olhos-nos-olhos, entre o conflito e o poema, tateando a espessura da paz entre os escombros. Em 2023, no âmbito do programa Atos da Odisseia Nacional do D. Maria II, a UMCOLETIVO apresentou o projeto artístico participativo Mil e uma noites, na Figueira da Foz. A presença neste concelho alimentou a criação de A Paz é a Paz, espetáculo que, em 2024, se apresenta à comunidade participante no Atos, entre outros locais. 🔎Mais informações: https://www.museudelisboa.pt/pt/acontece/paz-e-paz