O artista plástico Manoel Quitério vai segurar o céu. A expressão habitual para os indígenas brasileiros é sinónimo de manter o mundo em equilíbrio e é tão adequada quanto verdadeira para descrever o firmamento particular do artista ao estrear a primeira exposição em Lisboa. “Sou eu recuperando a minha capacidade de gerar e me sentir sagrado”, comenta sobre o momento atual.
Com o coração a pulsar entre a pandemia e a migração da cidade brasileira de Recife para Lisboa, o artista plástico deparou-se com um mundo no qual perdia a capacidade de sonhar novas realidades. “Perdi o impulso humano de imitar a criação. Quem tem esse direito de criar é quem se sente mais próximo do sagrado”, explica. "Tentativas de Segurar o Céu" tem um ar de volta, de ressurreição. Com curadoria de Cristiana Tejo, a mostra estreia no dia 2 de março, às 18h, no Espaço Nowhere, na Estrela, com uma série de pinturas a óleo sobre tela. São pinturas que trazem as cores das religiões de matrizes afro-indígenas brasileiras.
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