16:00
Apresentação 13º volume Cadernos de Espinho

Apresentação 13º volume Cadernos de Espinho

É já no próximo sábado, a partir das 16:00 horas, em sessão que vai decorrer na Biblioteca Municipal de Espinho – de entrada livre e aberta a todos os interessados – que ficarmos a conhecer mais um volume da coleção Cadernos de Espinho, desta feita dedicado ao tema "Festas e Romarias – Devoção, Folia e Tradições". Trata-se do décimo terceiro volume da história espinhense contada nesta espécie de "breve enciclopédia" temática que, nos últimos cinco anos, já abordou segmentos como a praia de banhos, a arte xávega, o cinema, os casinos, a música, os comboios, o desporto ou a criação do concelho.
Neste volume está em grande destaque a Batalha das Flores, que marcou um determinado período da história de Espinho. As imagens da Batalha das Flores captadas pelo ilustre fotógrafo portuense Aurélio da Paz dos Reis na transição do séc. XIX para o séc. XX são testemunho notável de uma das tradições mais peculiares de Espinho – uma tradição que se perdeu ao longo das décadas posteriores, até ao seu completo desaparecimento – e cuja primeira edição terá ocorrido em setembro de 1896. Este autêntico "carnaval de verão" em que eram utilizadas enormes quantidades de flores naturais era um passatempo elegante que animou durante vários anos o Chiado e o Picadeiro espinhenses. No mesmo período cronológico, com mais incidência nas primeiras décadas do séc. XX, terras portuguesas como Vila Nova de Famalicão, Angra do Heroísmo, Lisboa e Guimarães, ou até o longínquo território de Macau, também cultivaram esta tradição, incluindo a Batalha das Flores nos seus habituais calendários de festejos.
Referência também para as Marchas Luminosas, um cartaz emblemático dos anos 50. Se a Batalha das Flores dominou, em Espinho, os festejos estivais das primeiras décadas do séc. XX, a Marcha Luminosa foi o evento em destaque na viragem para a segunda metade do século. Com efeito, foi em 1950 que se realizou a primeira marcha luminosa de Espinho, no dia 28 de junho, por altura das festas em honra de S. Pedro, organizada com um magro orçamento de 500 escudos. Evento com carros alegóricos que transportavam figurantes e as populares lanternas luminosas, a Marcha Luminosa era um cortejo noturno que percorria as principais ruas das localidades onde se realizava. Era e, aliás, continua a ser, uma tradição em diversas vilas e cidades portuguesas, com destaque para Lamego, integrada na grande romaria de Nossa Senhora dos Remédios.
Mas o grande destaque deste volume dos Cadernos de Espinho são, naturalmente, os festejos em honra de Nossa Senhora da Ajuda, um culto indissociavelmente ligado às cidades e populações que habitavam junto ao litoral e que assim buscavam proteção divina para embarcações, marinheiros, pescadores e outros ofícios expostos aos perigos do mar. Em Espinho, se há celebração que rivaliza com os festejos de Nossa Senhora da Ajuda – embora em menor escala e menos atratividade de forasteiros – é a festa de São Pedro, um dos Santos Populares que fazem de junho, em múltiplas localidades portuguesas, o mês da celebração profano-religiosa do solstício, primeiro com o Santo António (12 de junho), depois com o São João (24 de junho) e, finalmente, com o São Pedro (29 de junho). Todavia, os festejos espinhenses em honra de São Pedro só assumiram maior relevo a partir de 1939, quando a festa começou a ser realizada na zona envolvente do Bairro Piscatório por comissões de pescadores.
Como escreve Francisco Azevedo Brandão no prefácio deste livro, "Espinho, possuidor de belas praias, teve sempre a preocupação, desde meados do século XIX quando ainda era o simples lugar da Costa de Espinho, da freguesia de Anta, concelho da Feira, em oferecer aos veraneantes nacionais e estrangeiros as mais lindas festas e diversões assim como as condições mais confortáveis durante a época estival, testemunhados pela imprensa local, regional e nacional da época e mesmo de Espanha (…). Estas festas e diversões divulgadas em notícias, crónicas, reportagens e entrevistas, encomiásticas e elogiosas, fizeram com que centenas de veraneantes dos concelhos vizinhos e até do país começassem a afluir às suas praias, seguidas ao mesmo tempo de uma vasta colónia espanhola, originária de Madrid, Mérida, Cáceres, Salamanca, Palomar e Badajoz."
A coleção "Cadernos de Espinho" foi concebida por Armando Bouçon (historiador), Pedro Pinheiro (designer), Luís Costa e Mário Augusto (jornalistas) e é paginada por Marco Marques, que substituiu Pedro Pinheiro, por razões de saúde, nesta equipa de amigos espinhenses que resolveram retratar a história da sua terra de uma forma apelativa, deixando um legado para futuras gerações.

Biblioteca Municipal José Marmelo e Silva

Gratuito / Entrada Livre

16:00

Fonte: http://portal.cm-espinho.pt/pt/eventos/apresentacao-13-volume-cadernos-de-espinho/
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