08 de Dezembro. Lógicas de vizinhança. Tumultuosas entre países vizinhos. Mas não são elas que nos movem ou sequer constituem interesse para a ‘Fim de Emissão#32’. Antes indagar a razão de ser tão críticos e solidários com o que nos é distante e silêncio e acabrunhamento com realidades que nos são próximas, conhecedores que altamente injustas. ‘Não me interessa combater inimigos distantes, interessa-me dar luta aos meus próprios vizinhos’. [Henry David Thoreau – ‘A desobediência civil’].
Na ‘Fim de Emissão#32’ convidámos Crossfade Memory, projecto de Pedro André, num exercício em torno das memórias sonoras. Fragmentos proveniente de gravadores de fita magnética e gravações de campo digitais. Nuno Reis & Diogo Lopes que apresentarão ‘Desenhos Disjuntos’, onde nas palavras dos próprios se ‘explora os limites de representação do ambientalismo ao acervo eletrónico puro e duro’ e ADSR Unit, que após uma bem interessante apresentação na FEIA#3, nos contemplarão com um ‘live’ carregado de lados B, C ou até mesmo D. Escavar uma memória sonora, naturalmente, mas sobretudo momentos de um colectivo mutável com história ampla de apresentações ao vivo.
CROSSFADE MEMORY | Projeto do produtor de música eletrónica e artista de som Pedro André dedicado a processar fragmentos de áudio com sintetizadores para criar uma paisagem imersiva. Utilizando a mesa de mistura ao vivo, para controlar diferentes fontes sonoras de gravadores digitais e analógicos, reproduzidas através de fita magnética e leitores digitais. Os fragmentos usados para a primeira edição misturam composições de síntese sonora, gravadores de fita magnética e gravações de campo digitais realizadas em Berlim.
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NUNO REIS & DIOGO LOPES | ‘DESENHOS DISJUNTOS’ Composição para mídia fixa efetuado por Lopes, onde explora os limites de representação do ambientalismo ao acervo eletrónico puro e duro. Ao qual se junta Reis na trompete, com uma linguagem particularmente improvisada, onde subtilmente vai esclarecendo os campos onde a entreposta representação se enquadra, com as suas sonoridades caleidoscópicas. Ambiente no qual se propicia o aprofundamento de Lopes em suas ondas quadradas saídas de seu clarinete que mais não acrescentam do que abordagens a agudos e sobreagudos, dissonantes ao seu estilo controvertido e sempre primaz de uma verificação alternativa da linguagem que reivindicam hyper-objeto e a sua sensibilidade para o inefável e tangível através do som. Apresentando deste modo um profano estado de prognose em que as demais perspectivas são incorporadas, antecipando os estados nos quais se apresentam ambos os performers.
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ADSR UNIT | ADSR Unit é um colectivo de actuação ao vivo formado por músicos que já colaboraram ou que irão colaborar com a Shift Imprint em edições futuras, embora isso não seja requisito. Por norma, mutável e que não se faz depender de artistas exclusivamente ‘electrónicos’ ou que os seus instrumentos sejam obrigatoriamente electrónicos, assim como, nem sempre são fiéis uma vertente musical especifica. Juntam em palco conteúdos em ‘fermentação’, retirando-os do estúdio e criando assim a oportunidade de os transformar em temas ao vivo e ‘on the fly’, tudo baseado em pura partilha e espontaneidade. Experimentar, misturar ideias e evoluir em uníssono, tudo isto, de frente para o público. A atuação fica a cargo de Audiopath e São Pedro.
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