A edição de 2023 do festival de música com curadoria jovem, que é realizado exclusivamente em espaços universitários, recupera o nome da edição do ano anterior, mas fazendo cair o “6” que indicava a exclusividade da guitarra como instrumento concertista, uma vez que um dos quatro recitais será de piano a solo: esta edição, a terceira, chamar-se-á simplesmente Teoria das Cordas. Contudo, nos outros três concertos, seja a solo, seja em diálogo com o violoncelo, teremos sempre a presença da guitarra.
* 17 de novembro | 21h00 | Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Porto
A abertura de Teoria das Cordas terá precisamente estes dois instrumentos, nas hábeis mãos do programador do ciclo, o guitarrista Francisco Berény Domingues, e do violoncelista Tiago Azevedo e Silva, que juntos formam o Opus Duo, e será dedicado a obras ibéricas dos séculos XIX e XX (Albéniz, Falla e Lapa) e da América Latina (Villa-Lobos e Piazzolla).
*18 de novembro | 21h00 | Galeria da Biodiversidade
O andaluz José Luis Morillas fará soar as cordas da sua guitarra sob o monumental esqueleto de baleia, com obras das mesmas regiões exploradas no concerto anterior, com destaque, do lado de cá do Atlântico, para (mais uma vez) Albéniz, também Tárrega e, do lado de lá, para o paraguaio Agustín Barrios. Apesar das notas exóticas, mantemo-nos claramente sob o domínio do romantismo, quebrado pela transcrição para guitarra de sonatas de Scarlatti, que nos revelarão a felicidade com que este instrumento se adapta a obras escritas para teclado no período barroco.
*24 de novembro | 21h00 | Casa Comum (Reitoria da U.Porto)
O piano que será tocado pelo também andaluz Roberto Prados, para ouvirmos (sim, mais uma vez…) Albéniz, mergulharmos no romantismo de Schumann e apreciarmos duas virtuosísticas obras de juventude de Sergei Prokofiev, compostas quando ainda vivia na sua terra natal no oblast de Donetsk, na Ucrânia, hoje a ferro e fogo.
* 25 de novembro | 18h00 | Observatório Astronómico
Será o mais invulgar, quer pelo programa que será apresentado pelo guitarrista Pedro Rodrigues, quer pelo espaço onde se realizará – o Círculo Meridiano de Espelho (CEM) do Observatório Astronómico, no Monte da Virgem, em Gaia. Sob a cúpula do CEM, ouviremos transcrições para guitarra de peças de António Pinho Vargas, uma interessante composição em dois movimentos do italiano Nuccio d’Angelo, uma sonata para guitarra solo de Léo Brouwer, expressão daquilo que o compositor cubano apelidava de “hiper-romantismo nacional” (bela e reflexiva música, em todo o caso) e, finalmente, o “hit” dos Radiohead, Paranoid Android.
17, 18, 24 e 25 de novembro de 2023. Entrada livre, sujeita à lotação dos espaços.
