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Stefanie Pullin

Stefanie Pullin

(…) A artista Stefanie Pullin foi criada na Guatemala, um território que se assemelha ao litoral nordestino brasileiro, minha região de origem. Assim como ela, cresci num jardim repleto de flores semeado por meus pais. Relacionei-me imediatamente com suas pinturas verdejantes, senti-me em casa. Percebi o seu gesto como a exteriorização de um lugar no mundo e a sua sobreposição a outro lugar no mundo: de onde viemos, onde estamos. Ser imigrante é muitas vezes ter duas casas, duas pátrias, dois passaportes. É viver num entrelugar, numa zona limítrofe, que só outros imigrantes entendem em profundidade.

As paisagens apresentadas nesta exposição, portanto, não são meras paisagens. À primeira vista podem ser confundidas com os relatos visuais de artistas viajantes europeus embasbacados com a exuberância da vegetação dos trópicos, muitas vezes entendida como inferno verde ou paraíso perdido. Mas, como se sabe, trata-se de um ponto de enunciação muito distinto.

Stefanie Pullin nos faz imergir em jardins que entrelaçam memórias e ficções, numa viagem entre tempos e espaços. A persistência do verde é proposital, remetendo-nos a esta parte do mundo em que as plantas não perdem a cor e nem suas folhas, gerando uma espécie de monotonia verdosa. Importante ressaltar as listas verticais que estruturam a composição das telas: ao mesmo tempo em que conferem uma aparência de permanente humidade, escorrimento, fluidez, interligam céu e terra, espaço aéreo e raízes profundas, deslocamento e enraizamento. (…)

Cristiana Tejo (Lisboa, solstício de verão 2023)

Segunda, das 11h às 20h, sábado, das 11h às 19h

Fonte: https://agendalx.pt/events/event/stefanie-pullin/
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