Dizem os melómanos que não houve, em toda a história da música, um período tão rico como o século XX. De década para década, renovam-se as linguagens e as possibilidades, reescrevendo-se a história a um ritmo alucinante. É desse século o tempo dos “ismos”, como o modernismo, o futurismo, o surrealismo, o expressionismo, entre tantos outros.
Este concerto pretende dar a ouvir um pouco dessa variedade, passando por música oriunda de três países e três décadas diferentes: Do francês Jean Françaix ouve-se música do imediato pós-guerra, escrita em 1948, característica pela sua vivacidade e exploração de novas possibilidades, embora ainda assente numa linguagem modernista herdeira das décadas entre guerras.
De seguida, com o britânico Gustav Holst vamos a 1903, ao dealbar do novo século, ainda cheio de reminiscências tardo-oitocentistas. Por fim, conclui-se o concerto com o inesgotável brilhantismo e sentido de invenção de György Ligeti, que com as suas Seis Bagatelas para quinteto de sopros, reescreve o seu famoso ciclo de peças para piano intitulado Música Ricercata, que é fonte de inspiração para artistas de todos os géneros, de Stanley Kubrick em Eyes Wide Shut, à Morte de Danton na encenação de Nuno Cardoso. Trata-se neste caso de música escrita em 1953 por um compositor húngaro que viria a exilar-se na Áustria poucos anos depois.
Programa
JEAN FRANÇAIX (1912 – 1997) Quinteto nº1
GUSTAV HOLST (1874 – 1934) Quinteto em Lá-bemol maior
GYÖRGY LIGETI (1923 – 2006) Seis Bagatelas
Agrupamento de Música de Câmara Rui Travasso, clarinete Stefania Bernardi, flauta Ana Catarina Silva, oboé Joaquim Moita, fagote Todd Sheldrick, trompa
13 de maio sábado PORTIMÃO Igreja da Mexilhoeira Grande 21h00 Entrada livre Informações: 289 860 890
Município de Portimão, Organização