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Duplo lançamento com actuação Sei Miguel Unit Core

Duplo lançamento com actuação Sei Miguel Unit Core

Duplo lançamento com actuação Sei Miguel Unit Core

Díptico é objecto/imagem que se desdobra em dois produzindo um corpo único. A acreditar no étimo encararíamos o conceito como fechado. ‘Road Music’ e ‘The Original Drum’, os dois mais recentes álbuns de Sei Miguel, poder-se-ão enquadrar nesta categoria. Uma leitura apressada maniatava-os. Maniata-os e repousa sobre uma categorização tão simplista como preguiçosa. Os tempos dizem-se modernos e apressados. A obra de Sei Miguel não se compadece com os tempos do hoje. Mas, e felizmente, não é objecto museológico e muito menos arquétipo. É música que se vai trabalhando, porque de muitíssimos ensaios prévios se trata, que ganha a cada (nossa) vez uma nova leitura, e naturalmente, interpretação. O dia como soma de todas as horas anteriores. Na aparência, novamente os tempos do hoje, parece que nada muda. Tudo até nos soa estranhamente familiar. Há quem depreciativamente a considere música demasiado ancorada. É realmente música estruturada, apurada nos seus detalhes, no seu timbre, na sua construção, num universo que é o do autor, partilhado pela sua companheira de longa data Fala Mariam (trombone alto) e os músicos que o(s) acompanham – Bruno Silva (guitarra eléctrica) e Pedro Castello Lopes (percussão) em ‘Road Music’, André Gonçalves (lyra-8), Bruno Parrinha (clarinete alto), Ernesto Rodrigues (viola d’arco), Helena Espvall (violoncelo), Monsieur Trinité (udu mbwata), Nuno Torres (saxofone alto), Paulo Curado (flauta), Rafael Toral (modified ms-2 feedback), Raphael Soares (claves), Rodrigo Amado (saxofone tenor) e Sami Tarik (tamborim e pandeiro) em ‘The Original Drum’.

Com a dose certa de benevolência escrevemos - um díptico de múltiplos dípticos que jamais se fecha. Mais sensato é dar uso às palavras do autor – duas ‘coisas bonitas e caras’, ‘uma (vasta) área azul’.

Sobre ‘The Original Drum’\

‘Não acredito na vocação propriamente compositiva do jazz. E não me considero um verdadeiro compositor. No jazz, ou pelo menos no meu jazz, compor implica e significa – e isso parece-me suficientemente importante – o mero estudo da forma; uma forma abstracta, colectiva, que existe, podemos dizê-lo, apesar dos instrumentistas que a executam; eles sim, estão, são, no coração do jazz, o coração do jazz. As minhas peças, mais ou menos ambiciosas, estão na fronteira, são a fronteira: entre aquilo que julgo saber e aquilo que julgo ignorar. E são visões. E tributos. E, claro, a maneira de evidenciar o talento dos músicos com quem vou tendo a chance de trabalhar. SM, Janeiro 2023

Sobre ‘Road Music’\

Para mim, o desafio técnico essencial no jazz como género de música tornado, aos poucos, ao longo do século XX, autónomo, foi associar, equiparar, a maior exigência musical à maior humildade em termos de meios orquestrais. Os trios ou quartetos com que apresento, há já bastantes anos, shows “on the road”, demonstram os mais depurados exemplos da minha escrita; por vezes simples “tunes”, por vezes a versão radicalmente simplificada de peças maiores na ideia de orquestração. Efectivamente, os meus Jazz Standards... Dediquei-lhes, e ainda dedico, a minha vida. SM, Janeiro 2023

Após actuação de Sei Miguel Unit Core (SM – trompete | Fala Mariam – trombone | Luísa Gonçalves – piano | Bruno Silva – guitarra) haverá conversa aberta entre Pedro Costa e Sei Miguel

Entrada livre

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