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Exposição 'Jardins Silenciosos' de Do Carmo Vieira

Exposição 'Jardins Silenciosos' de Do Carmo Vieira

Curadoria: José Rosinhas Art Gallery Wall

JARDINS SILENCIOSOS
Sinopse
“... E depois passei por um jardim silencioso e húmido, pelas ruas altas de faias de Holanda. E neste ar tépido, nesta luz difusa, apareceram-me as japoneiras gigantescas em pirâmide, o golfão-branco com a flor amarela ou leitosa abrindo ao meio das folhas estendidas à superfície das águas verdes e podres das bacias; a aromática espirradeira, que deixa cair as pétalas vermelhas, uma a uma, num canteiro de relva, desfalecida como se a sangrassem. Isto cresce diante dos meus olhos numa atmosfera quente e numa luz tão verde que chega a dominar o cinzento. Os jardins são sempre uma obra de arte, e quanto mais desordenados, mais belos. Devo até dizer que me encantam ainda mais que os jardins imponentes, onde a arquitetura se sobrepõe à natureza, e que me infundem respeito – são os quintais com couves e flores, onde me sinto mais à vontade. Acabo de descobrir agora, mesmo aqui à direita, uma horta. Sento-me na rua onde cresce a malva vidrada ao lado da salsa. Há por aí abóboras e flores, milho e hortenses e um banquinho de pedra onde se ouve a água correr”.
Raul Brandão, “As Ilhas desconhecidas”.

Este autor embeleza a sua escrita com metáforas, descrevendo de forma comovida e tranquila a natureza, transportando-nos para cenários mágicos e secretos. Recordações, memórias visuais e sensitivas de jardins que nos envolvem no seu silêncio e beleza.
Este projeto surgiu de uma vontade de exprimir através do desenho, também meio de comunicação, a perceção da frescura, da fragância, da cor, do ruído, do silêncio, a natureza. A conceção do projeto assentou na apropriação das formas e das texturas do mundo vegetal, tendo como temática a paisagem imaginária e sensitiva.
Com um processo simples de impressão, um rolo de pintura, tinta acrílica e papel de aguarela ou cartolina como suporte, obteve-se uma combinação plástica entre o negativo e o positivo que resultou em composições com diferentes valores gráficos de texturas e de formas. A economia de meios não impossibilitou uma forte expressividade que teve como única matriz os elementos vegetais. Houve uma incidência exaustiva no registo de elementos, por vezes acidental, mas assumindo os erros. Com sobreposições, transparências, a ambiguidade, a alteração de escala, o uso de fragmentos, e, principalmente, a condensação de informação, provocando a sensação de ruido.
Do Carmo Vieira

Para mais informações contactar:

Loja Interativa de Turismo
Largo da Estação 227
4580-196 Paredes

255 788 952 *

turismo@cm-paredes.pt

*Chamada para a rede fixa nacional

Fonte: https://www.cm-paredes.pt/pages/755?event_id=1909
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