Estrugia. Uma mesma palavra e dois significados diferentes, quer nos encontremos mais a norte ou sul. Na zona de Beja, estrugia significa uma enorme confusão, dando nome a associação de quem admiramos muito o trabalho. A norte, com uma utilização culinária onde se ‘coze (cebola) em gordura, deixando-a transparente e com uma cor que pode ir desde o branco-marfim até ao castanho’ (in infopédia), o equivalente a sul do refogado. Tendo por base estas singularidades linguísticas e respectivos regionalismos decidimos convidar músicos, cujo trabalho conhecemos recentemente e que apresentam uma diversidade regional bastante alargada. Hablamos Muertos, projecto do mexicano José Trujillo, acompanhado pelas projecções da russa Anastasia Parshina, a apresentação de uma peça sonora do lisboeta Pedro Latas e, por fim, a apresentação do duo brasileiro e actualmete a residir em Braga – Guache. Estamos bem conscientes que a frase ‘a música é linguagem universal’ é tão inócua como outra qualquer que não se submeta a um exercício de questionamento. Estamos também cientes, que não é pela simples junção de músicos e artistas de nacionalidade tão distinta que se estará mais próximo de uma ideia de universalismo, mesmo nos seus diferentes cambiantes. Mas, se o Fim de Emissão#22 acabar numa bela estrugia já nos damos por satisfeitos.
HABLAMOS MUERTOS | Projecto de José Trujillo onde cria peças oníricas através de sintetizadores e caixas de ritmos. O seu som pode evocar a dos exploradores sonoros da Alemanha dos 70’s e a psicadelia, no entanto, estão cheias de uma alma muito própria, originando uma narrativa muito íntima que se identifica, mal a escutamos. Participou no Festival Mexicadelia de Guadalajara e no Kuryokhin Center de São Petersburgo, bem como noutros concertos com velhos amigos da cena underground do México. http://hablamosmuertos.bandcamp.com/ | https://on.soundcloud.com/qkYyC9Gi26fKrgVq8 | https://instagram.com/p/CcLuImtPvK2
com as projecçõe de - ANASTASIA PARSHINA – artista visual, pintora, e desgner residente em França. As suas colagens vídeo e visuais através do método live-coding acomponham os conertos de Hablamos Muertos há já vários anos. https://instagram.com/nastasiaparsh | http://visit.virtualartgallery.com/anastasiiaparshina-virtualexpo | http://behance.net/nastasiaparsh | http://lesflaneursartists.wixsite.com/art-community
PEDRO LATAS (Ele/Dele) é um compositor, artista sonoro, performer e creative coder nascido em 1998, em Évora. O seu trabalho explora a relação entre humanos, redes digitais e a Internet, bem como as pessoas se relacionam entre si através de ecrãs de computadores e tecnologia; em suma, o grande foco recai sobre a criação de performances assistidas por computador. Estas performances convidam o público a reflectir sobre ideias baseadas na interacção entre uma pessoa, ou grupo de pessoas, e o mundo digital. De certa forma, resume-se a questionar a corporealidade através do prisma de meios digitais. Como é que o corpo físico humano e a sua inerente política de identidade é performado através de uma máquina? Como é que o corpo consegue ser ‘ampliado’ através do uso da tecnologia de modo a superar as suas fragilidades e limitações, próprias de um corpo de carne e osso? O pensamento Trans-Humanista, Pós-Digitalismo e arte Pós-Internet são contínuas fontes de inspiração. https://youtube.com/channel/UCP7Zkf5Z39ap0zhSCBuQD2Q | https://soundcloud.com/pedro-latas-1 | https://instagram.com/peadar_na_gcannai
GUACHE | Projeto de música experimental de Gil Fortes e Luciana Melo do Rio de Janeiro, sediado em Braga (PT). Apresenta-se desde 2018, tem cinco discos publicados e participação em três álbuns coletivos disponíveis para escuta em http://guache.bandcamp.com/ Propõe paisagens sonoras e canções noise produzidas com processamento de voz, cordas, controle de microfonias, sintetizadores, beats tribais, percussão e field recordings, num diálogo entre estrutura e interferência, paisagem e presença, a partir da prática da improvisação. Muitas vezes preparam, adequam e constroem seus instrumentos e dispositivos. http://guache.bandcamp.com/ | https://www.instagram.com/guacherock | https://www.facebook.com/guacherock
Entrada | 04 euros (exlusivo a sócixs do Desterro)
