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Novas Novas Cartas Portuguesas

Novas Novas Cartas Portuguesas

Horário Terça a domingo: 10h - 13h e 14h - 18h

A exposição “Novas Novas Cartas Portuguesas” foi organizada por ocasião do 50.º aniversário de Novas Cartas Portuguesas, uma coleção de cartas escritas coletivamente por Maria Isabel Barreno (1939-2016), Maria Teresa Horta (*1937) e Maria Velho da Costa (1938-2020) e caracterizada pelas autoras como “inclassificável”. O seu formato foi inspirado na obra de Mariana Alcoforado (séc. XVII), que, forçada a ingressar muito jovem num convento, é lá que escreve Cartas Portuguesas: cinco cartas de amor repletas de esperança, depois incerteza e, finalmente, a convicção do abandono.

Publicado em 1972, o livro Novas Cartas Portuguesas foi considerado imoral e pornográfico pela ditadura portuguesa e imediatamente apreendido pela censura, o que levou ainda à instauração de um processo contra as escritoras. Porém, em face da pressão internacional, as três mulheres acabariam por ser absolvidas a 7 de maio de 1974, após a Revolução dos Cravos.

Desde então, Novas Cartas Portuguesas tem vindo a ganhar atenção e reconhecimento. Numa era que reconhece e continua a lutar pelos direitos feministas e pelas pessoas LGBTQIA2S+ (abreviatura de Lésbica, Gay, Bissexual, Transexual/Transgénero, Queer/Questionando, Intersexo, Assexual, Dois-Espíritos e as diversas possibilidades de identificação de género que existam), o seu conteúdo literário emancipatório mantém um caráter urgente, ecoando até aos nossos dias.

Se as Três Marias se interrogam, ao longo da publicação, sobre “o que pode a literatura? Ou antes: o que podem as palavras?“, esta exposição revela, por sua vez, a potência das imagens e das obras de arte, desenvolvendo-se em torno do discurso que beneficiou das Novas Cartas Portuguesas e evoluiu desde a publicação deste texto literário de vanguarda.

A exposição “Novas Novas Cartas Portuguesas” parte, assim, da luta histórica das Três Marias após a publicação do seu livro em Portugal, bem como da sua receção internacional. Incluindo uma ampla gama de suportes que vão da poesia à fotografia, à instalação, pintura, escultura e filme, a exposição apresentada nas Galerias Municipais – Galeria Quadrum convida a um encontro com obras produzidas por artistas contemporâneos que se centram em questões levantadas nas diferentes cartas do livro. As obras debatem e refletem sobre modelos das famílias tradicionais, modernos e escolhidos, violência doméstica, maternidade a solo, igualdade menstrual, diversidade de género, e inúmeras formas de expressão erótica.

Se, após o lançamento do livro em 1972, as mulheres portuguesas começaram a falar sobre sexo e os seus corpos numa sociedade patriarcal, a exposição “Novas Novas Cartas Portuguesas” constitui-se como uma nota de rodapé visual e não exaustiva a adicionar à obra original, reconhecendo as lutas feministas na heterogeneidade de uma sociedade que é composta de identidades intersectadas.

A publicação bilingue que a acompanha apresenta textos de Aura, Irís Dórdio e Joana Meirim, juntamente com um ensaio introdutório de Tobi Maier e a reprodução de uma entrevista de Maria Teresa Horta a Simone de Beauvoir, que teve lugar em 1975. Design de Irís Dórdio.

Descarregue aqui a Folha de Sala para Crianças.

Fonte: https://galeriasmunicipais.pt/exposicoes/novas-novas-cartas-portuguesas/
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