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Drácula

Drácula

Para a criação da peça Drácula, além de se inspirarem na obra literária de Bram Stoker, (escrita no virar do século e final da época vitoriana, que imortalizaria Vlad Tepes III, o empalador transformando-o num vampiro de poderes ancestrais), os coreógrafos Cláudia Martins e Rafael Carriço beberam noutras fontes. Novas personagens, atuais ou não como a Baronesa Bathory, outras lendas, mitos e medos, que ainda hoje nos perseguem, serviram de mote à criação. Todos estes elementos têm em comum o facto de pertencerem a um fabuloso e enigmático universo de horror.

A peça começa vinculando-se e desvinculando-se da linha de ação do romance invocando as suas personagens, e, por novas linguagens, transmite uma ambiência mística de dor, alucinação, fúria e perda.

“Desde que o seu príncipe (Conde Drácula) se ausentara para a guerra, que o sono da princesa Elisabeth fora atormentado por pesadelos de terror e sangue” … atirou-se ao rio. Uma morte que causou tormento revolta e sede de vingança. O homem que outrora amara, tornou-se vampiro senhor das trevas. “Não procuro a jovialidade nem o regozijo, nem a volúpia de muito sol e águas borbulhantes que tanto agradam os jovens e felizes. {Drácula}

No desenrolar da peça acontece essencialmente uma desmultiplicação da personagem Drácula, que vai assumindo diferentes formas, caras, animais e corpos também eles presentes no mundo atual, o de hoje. A essência desse ser malévolo e de muitas outras personagens é transposta para a contemporaneidade, explorando-se vários contextos e várias formas de como um lado sombrio de nós mesmos, ou um lado sensualmente perverso ou até um amor puro tornado tragédia, são passíveis de acontecer entre nós. Somos seres voláteis, alimentados a sangue corrente…somos de trato fácil, mas complexamente difíceis de entender… mulheres e homens, são unha e carne que se enrola em jogos de dominação versus submissão permissiva. “A cor formosa tornou-se lívida, os olhos pareciam lançar faíscas do fogo do inferno, a fronte enrugou-se como se as dobras de carne fossem os cachos de cobras de Medusa e a boca adorável, manchada de sangue, tornou-se um quadrado escancarado, como nas máscaras de cólera dos gregos e dos japoneses. {Dr. Seward sobre Lucy morta-viva}.

A nossa matéria é carne, brutalmente ensanguentada e nutrida com a essência de cada um. Essencialmente não somos puros, naturalmente, não somos bons todos os dias. É a nossa natureza, é a nossa maior fraqueza. Podres de medo, sucumbimos a tentações fáceis, fáceis de mais…

ESPETÁCULO APOIADO PELA DGARTES/ RTCP

Fonte: https://www.teatrojlsilva.pt/evento/dracula/
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