O convite da Fidelidade Arte para expor no edifício do Chiado, numa das zonas de Lisboa onde nasceram tantas correntes artísticas e movimentos de ideias, representou um estimulante desafio para A Pequena Galeria prestes a fazer 10 anos de existência. Ao longo destes anos fizemos mais de 80 exposições. Esta sucessão de eventos resultou de um ambiente favorável ao colecionismo e à troca e venda de fotografias, uma das bases do crescimento do nosso acervo. Não só os fotógrafos ofereceram os seus trabalhos à Pequena Galeria, como os sócios doaram ou compraram fotografias para o aumento da qualidade e diversidade do acervo. Neste intenso período de programação foi possível superar crises de vários matizes com a criatividade e o trabalho de colaboradores voluntários, de todos os sócios que criaram e renovaram a Associação e das novas gerações que nos tem vindo a dar o seu apoio. Na base deste Acervo e da curadoria do Jorge Cid programámos uma Coletiva onde foi possível, face aos diversos espaços do histórico edifício fazer coexistir um assinalável núcleo de fotografias dos anos 40 a 60 do século passado com a diversidade de temas e abertura a novas correntes de fotografia contemporânea. Desse modo crescemos em rede, atraindo novos fotógrafos e o reconhecimento de alguns consagrados, nacionais e estrangeiros, que nos trouxeram o alento e a experiência necessários para fortalecer o projeto. Atentos às mudanças de um mercado em que o colecionismo sofreu mutações expressivas, continuamos a preservar a memória das imagens enfrentando um presente de elevado grau de imprevisibilidade, mas em que o momento e a imagem única continuam a ser o nosso lema, na linha de Cartier-Bresson em que O VER É UM TODO.
A Pequena Galeria Setembro de 2022
