Registo de Existências, expressão resgatada ao léxico contabilístico, é um diamante por polir com intensa conotação poética, se aplicada a outros contextos. Neste caso, interessa-nos evocar o conceito de um inventário em aberto de exercícios e práticas artísticas tão díspares, quanto convergentes; um compromisso assumido entre o imaginar um campo composicional e a imprevisibilidade das tintas esmagadas sob pressão no suporte.
Abstrações líricas, padrões geométricos e alguma figuração são elaborados em função de critérios visuais e conceituais, em composições alocadas a séries temáticas, refletindo diferentes abordagens estéticas e técnicas.
Os trabalhos reunidos exploram processos híbridos de gravura não convencional: dos materiais produtores de matrizes e texturas (linóleo, tetra pack, espuma-eva, esferovite, cartão canelado e outros materiais menos nobres), passando pelo processo enviesado de impressão das imagens (a matriz é colocada estrategicamente sobre o papel), até à produção de peças únicas, não de múltiplos.
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