O projeto PAPAGAYA nasceu durante o período de confinamento, mas a vontade que lhe deu vida remonta a meados de 2019. A Raquel é fascinada pelo universo infantil desde sempre - guarda religiosamente diversos brinquedos da sua infância. Mas, com o passar do tempo, surgiu a necessidade de lhes dar uma utilidade. Foi quando, em 2018, descobriu finalmente o que lhes fazer: torná-los em instrumentos musicais. E daí, junto com Jonas, com quem partilhava casa em Coimbra, criaram um novo hobby: a alteração circuitos eletrónicos de brinquedos que tinham em casa e iam comprando em segunda mão. Ambos foram formando, ao longo do tempo, uma coleção de brinquedos 'alterados' e de sessões de improviso em casa. Mas essas sessões e a libertação que proporcionavam a ambos ganharam um novo sentido com o confinamento. A criação artística que viria a ser o embrião de PAPAGAYA foi a ocupação principal durante os meses em que o país viveu em Estado de Emergência. Percebeu-se que a música experimental criada transpunha, não só, mas também, a essência da atualidade. O caos, a atividade frenética da mente que luta contra as quatro paredes que encerram o corpo. É também, em todo o caso, uma forma de expressão musical acessível a todos, independentemente da sua formação musical. E PAPAGAYA leva mesmo essa mensagem como uma insígnia. A expressão artística deve ser livre e libertadora, acessível a todos - agora mais do que nunca. Eventualmente, houve uma necessidade de partilhar esta 'descoberta de libertação'. Assim, PAPAGAYA, mesmo que ainda sem nome, passou de hobby a projeto. O foco passa pela desconstrução física dos objetos para alcançar novas sonoridades. A alteração de circuitos e a manipulação de imagens e sons são as técnicas utilizadas para criar novas paisagens sonoras e visuais. Esta desconstrução física é assumidamente feita para alcançar a desconstrução de significado do próprio objeto, criando novas sonoridades e efeitos visuais. ------ O ciclo “Café Curto” é resultado de uma programação com curadoria da Blue House e apoio da Câmara Municipal de Coimbra, levada a cabo no Café-Concerto do Convento São Francisco, desde Outubro de 2020. Este é um conjunto de 'showcases' que evidencia uma aposta centrada em jovens artistas, projectos musicais nascidos recentemente e apresentações de novos trabalhos, dando-lhes assim oportunidade para mostrarem o seu trabalho à cidade de Coimbra. ------ Entrada gratuita, sem reserva, limitada à lotação do espaço.
