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Festivais Gil Vicente

Festivais Gil Vicente

2021 • 33.ª edição

Formas de imaginar o fim para lançar outroscomeços.

Habitar o fim, um fim qualquer e irreversível, enquanto matéria paraimaginar a construção de novos nexos, novas lógicas de relação e de expansão dosentir. É esse o desafio enunciado na abertura deste ciclo dos Festivais GilVicente, que pretende dedicar maior protagonismo às novas gerações e àvalorização de novas dramaturgias.

Abrimos expostos à desmontagem do tempo e do espaço através de um dispositivo resgatado ao mundo – a tecnologia audiovisual – que nos impõe a necessidade de decidir onde fixar a atenção. Os SillySeason trazem-nos “Fora de Campo” possibilitando ao público vaguear pela construção de um imaginário que dialoga, em permanência, com os acontecimentos em palco.

É, pois, nessa bifurcação entre o possível e o imaginário que nos vamos aproximando de um novo fim em “Cordyceps”, obra erguida por Eduardo Molina, João Pedro Leal e Marco Mendonça e instalada no último dia da democracia que dará lugar a uma nova ordem onde já não será possível ter acesso à cultura ou qualquer outra forma de expressão e pensamento livre. É, dizem eles, provavelmente, o último espetáculo que terão oportunidade de ver.

Para não precipitarmos demasiado o fim, puxamos o filme um pouco atrás e voltamos a debater os dilemas da democracia, para perceber se “A Fragilidade de Estarmos Juntos” assinada por Miguel Castro Caldas, António Alvarenga e Sónia Barbosa, nos dará a oportunidade de participar nessa geração de possíveis.

E porque nesta edição o tempo não é linear damos um salto sobre os alertas para o fim dos tempos, para imaginar esse depois onde já estaremos eventualmente livres do sentido de catástrofe, porque ele é inteiramente fabricado por nós. Essa futura lavagem da toxicidade do presente que nos cobre, ocorre em “Memorial” de Lígia Soares.

E nesta audaciosa viagem sobre o fim enquanto matéria para se lançar outros começos, não poderia faltar um pouco de intensidade e drama. Esses ingredientes encontram-se em “OFF” da Mala Voadora, mas: um espetáculo sobre o fim é, afinal de contas, um espetáculo que se sabe como acaba. E como nada há para inventar temos todo o tempo para festejar.

Depois do fim ou dos vários fins, Tiago Lima aproxima-se e diz: “Ainda estou aqui”. Um fósforo acende-se, a música entra, chega ao palco e um concerto começa.

Será o fim um falso intervalo das coisas vulgares?

Rui Torrinha

Quarta 2 junho, 19h30
CCVF / Grande Auditório
Fora de Campo
SillySeason

Quinta 3 junho, 19h30
CCVF / Pequeno Auditório
Cordyceps
Eduardo Molina, João Pedro Leal e Marco Mendonça
Estreia absoluta / Bolsa 5 Sentidos

Sexta 4 junho, 19h30
CIAJG / Black Box
A Fragilidade de Estarmos Juntos
Miguel Castro Caldas, António Alvarenga e Sónia Barbosa
Estreia absoluta

Quarta 9 junho, 19h30
CIAJG / Black Box
Memorial
Lígia Soares

Quinta 10 junho, 19h30
CCVF / Grande Auditório
OFF
Mala Voadora

Sexta 11 junho, 19h30
CCVF / Pequeno Auditório
Ainda estou aqui
Tiago Lima
Estreia absoluta / Bolsa Amélia Rey Colaço

Fonte: http://www.ccvf.pt//detail-eventos/2021.06.02-festivais-gil-vicente/
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