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Chomsky e as 10 (principais) Estratégias de Manipulação Mediática

Irmãos Génios
Reconhecido filósofo e Professor de Linguística no M.I.T., o norte-americano Noam Chomsky tem durante as últimas décadas demonstrado ser uma das vozes mais activas a nível mundial no que toca à discussão sobre a manipulação mediática.

Baseando-se no original de Chomsky "Silent Weapons for Quiet Wars" de 1979, Sylvain Timsit escreve em 2011 este "Stratégies de Manipulation". A partir da versão inglesa e de uma tradução para português do Brasil, os Irmãos Génios retraduziram e retocaram esta verdadeira cartilha das técnicas de manipulação usadas pelos meios de comunicação social: uma leitura indispensável para quem ainda se dá ao trabalho de abrir o jornal ou ligar a televisão.

 

 

1. A estratégia da distracção 

Um dos principais elementos de controle social é a estratégia da distracção: esta consiste em desviar a nossa atenção dos problemas importantes, bem como das decisões e mudanças levadas a cabo pelas elites políticas e económicas, mediante bombardeamentos contínuos de informação insignificante (como é o caso do jornalismo cor-de-rosa ou da história do senhor de Penafiel que salvou aquele macaquinho de morrer afogado…) Esta estratégia é igualmente utilizada para impedir que nos interessemos por questões essenciais da ciência, da economia, da psicologia, da política, da neurobiologia ou da cibernética, por exemplo.

 

2. Problema-reacção-solução 

Apoiada pelos meios de comunicação, a classe dominante engendra um problema – uma "situação" prevista para causar uma determinada reacção no público – de maneira a que, como resposta, sejamos nós próprios a propor ou a exigir as medidas eles desejam implementar. 

Um bom exemplo disto será o de deixar intensificar a violência urbana, ou organizar uma série de atentados sangrentos, de modo a que nos vejamos forçados a exigir novas leis e políticas de segurança, ainda que para visível prejuízo da nossa própria liberdade. Outro exemplo – muito em voga nos dias que correm – passa por forjar uma crise económica para forçar a aceitação, como um mal menor, do total retrocesso dos direitos sociais e da privatização e desmantelamento dos serviços púbicos. 

 

 

3. A estratégia gradual 

Para fazer com que uma medida inaceitável deixe de o parecer, basta por vezes aplicá-la gradualmente, como que a conta-gotas, por anos consecutivos. Durante as décadas de 1980 e 1990 foram sendo impostas progressivamente condições socioeconómicas radicalmente novas – minimização do poder do Estado relativamente ao das corporações, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários miseráveis – mudanças estas que, se tivessem sido aplicadas de uma só vez, teriam provavelmente levado a algum tipo de revolução. 

 

4. A estratégia de aceder 

Outra maneira de forçar a aceitação de uma decisão impopular é adiá-la como "dolorosa e desnecessária", acedendo momentaneamente ao nosso descontentamento perante esta, mas abrindo por outro lado caminho para uma futura aceitação pública. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato, e nós temos sempre tendência a acreditar ingenuamente que "tudo estará melhor amanhã", e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Este processo dá-nos mais tempo para nos habituarmos à ideia de uma mudança indesejada, e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento. 

 

5. Dirigir-se ao público como se este fosse menor de idade 

A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entoações particularmente infantis, muitas vezes próximas da debilidade mental, como se fossemos todos menores de idade ou sofrêssemos de distúrbios mentais. Ao dirigirem-se a nós como se tivéssemos 12 anos ou menos, é tanto mais provável que a nossa resposta ou reacção seja também ela desprovida de sentido crítico. 


 

6. Sobrepor o aspecto emocional ao racional 

Abusar do aspecto emocional de um facto é uma técnica clássica para causar um curto-circuito na observação racional deste e, em última análise, no nosso sentido crítico. Por outro lado, recorrer a uma abordagem emocional garante ainda uma maior facilidade de acesso ao nosso inconsciente para implantar ideias, desejos, medos ou compulsões. É típico por exemplo nas reportagens sobre os malefícios das drogas, em que se entrevista as pobres mães que viram os filhos enterrar-se no cavalo, em vez de se focar as verdadeiras origens e contornos do problema. 

 

7. Manter o público na ignorância 

Para conseguir manter um regime de controle e de escravidão, convém que nós – os controlados – sejamos o mais possível incapazes de compreender as tecnologias e os métodos que para tal são utilizados. A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve assim ser a mais pobre e medíocre possível, para que a distância – a nível de conhecimento – entre a classe dominante e as menos favorecidas, permaneça impossível de ultrapassar.

  

8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade 

Esta estratégia consiste em levar o público a crer que é moda o facto de ser estúpido, vulgar e inculto. Passa pela divulgação preferencial de conteúdos medíocres como a “Casa dos Segredos”, e pela coroação de ícones populares que em geral não devem demasiado à cultura nem à inteligência. Cá em Portugal, pelo menos, funciona bastante bem. 



 

9. Reforçar a auto-culpabilização 

Fazer-nos acreditar que somos culpadas pela nossa própria desgraça – seja por falta de inteligência, capacidade, esforço ou moralidade – é um truque antigo (anda por cá pelo menos desde os primórdios da religião católica). De facto, quantas vezes nos têm dado mais ou menos subtilmente a entender que a culpa da crise é nossa, e que não devíamos ter ido de férias o ano passado, ou comprado aquele casaco ou telemóvel? Desta forma, em vez de nos revoltarmos contra o sistema económico propriamente dito ou contra quem é realmente responsável pelo seu colapso, culpamo-nos a nós próprios: o estado depressivo que daí advém resulta geralmente na inibição da acção. E sem acção não há revolução. 

 

10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles próprios 

Durante os últimos 50 anos (e não obstante o fenómeno da Internet) os avanços progressivamente mais rápidos da ciência geraram um abismo crescente entre os conhecimentos partilhados com o público e os possuídos pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, essas elites têm desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, em ambos os aspectos físico e psicológico. 

Neste momento, a classe dominante conhece melhor o indivíduo comum do que ele próprio. Isso significa que, na maioria dos casos, esta exerce um poder sobre os indivíduos bastante maior do que aquele que os indivíduos exercem sobre si mesmos.

 

 

Se te interessa este assunto, não percas a tradução portuguesa do manifesto "Apoderar-se dos Media", do colectivo Immediast Underground, também na Viral!
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