QUEM FEIO O AMA…
Ver Para Além do Óbvio sempre foi um exercício de desprendimento e autocensura ao estigma da opinião. Trata-se de apreciar o particular, num jogo de sucessivos planos, onde a narrativa se constrói nas memórias de quem deixou para trás algo que desperta a atenção dos outros. Aqui e ali, os vestígios de quem por amor o fez, a terra prendeu e a água diluiu.
A falência da construção, ilusão da eternidade, é como uma paixão que se extingue no nó de um abraço tão profundo quanto a terra. A fugacidade do etéreo surge num obsessivo combate à corrosão, onde a tinta não é suficientemente forte.
As memórias são levadas sem canal, dispersas como um esboço que se reconstrói no fluir das águas. O tempo revela o que o amor escondeu.
Biografia
Judite C. Duarte Bento nasceu em Lisboa, a 4 de janeiro de 1973. Desde cedo, desenvolveu um gosto pelas artes do espetáculo, pois toda a sua infância e parte da adolescência foram passadas entre o Parque Mayer e o Bairro Alto, locais de referência da noite boémia lisboeta.
O fascínio pela memorização do instante levou-a a pegar numa câmara fotográfica e a desenvolver um gosto pelo “particular”. Em 1999 concluiu o seu curso profissional no Instituto Português de Fotografia onde foi convidada para lecionar a disciplina de Laboratório de P&B.
Posteriormente trabalhou na área do fotojornalismo, na cobertura de eventos sociais, televisivos e de moda. Nos últimos tempos, tem vindo a desenvolver novas formas de expressão artística, que aliam a fotografia à pintura na água (Marbling Paper).
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