Dar a conhecer a cultura e estabelecer ligações entre diferentes povos através da arte, da música e da literatura são os elementos que dão vida ao sonho iluminista. Este é também o compromisso do Festival Sete Sóis Sete Luas, do qual o Município de Ponte de Sor é parceiro de longa data. Todos os dias, através dos meios de comunicação, chegam-nos relatos emocionantes de luta por justiça e liberdade. São histórias que nos mostram que, por vezes, a esperança ultrapassa o medo. Um dos protagonistas destas histórias é a Tunísia. Um país que nos últimos anos tem desafiado o presente e o passado e que constituiu um exemplo de união civil. Com a organização do Município de Ponte de Sor e da Associação Sete Sóis Sete Luas, no Sábado, 12 de Março, pelas 16h00, no Centrum de Ponte de Sor/Centro de Artes de Cultura, haverá oportunidade de ouvir um verdadeiro relato de coragem, contado na primeira pessoa por Mohamed Fahel Mahfoud, Bastonário da Ordem dos Advogados da Tunísia e membro do Quarteto para o Diálogo Nacional da Tunísia, organização vencedora do Prémio Nobel da Paz de 2015. O Quarteto para o Diálogo Nacional é composto por quatro organizações da sociedade civil da Tunísia: a União Tunisina Geral do Trabalho, a Confederação Tunisina da Indústria Comércio e Artesanato, a Liga dos Direitos Humanos Tunisina, e a Ordem dos Advogados da Tunísia. Quando o Quarteto foi formado, no Verão de 2013, vivia-se na Tunísia um grande clima de instabilidade social, nacional e transfronteiriça. Esta organização teve um contributo decisivo para a construção de uma democracia pluralista na Tunísia, no rescaldo da revolução de Jasmine em 2011, elaborando um caminho político alternativo e pacifista num momento em que o país se encontrava à beira de um colapso político. Esta ação teve consequências globais, alargando-se a outros países como o Egipto, a Líbia e a Síria. Mas, enquanto que nestes países os revolucionários vieram para reconstruir novas ditaduras, passando por confrontos armados com mortes e assassinatos em cada fação, a Tunísia foi o único que conseguiu atravessar a delicada fase de transição de uma forma pacífica, evitando o horror da guerra civil, e assim alcançar grandes metas antes da ratificação da nova Constituição democrática, em Janeiro de 2014, e depois das primeiras eleições legislativas em Outubro do mesmo ano. Isso só foi possível graças aos esforços conjuntos do Quarteto Nacional para o Diálogo, que se tornou um mediador incansável entre as forças políticas envolvidas, seculares e islâmicas. A Tunísia usufrui agora de uma Constituição Democrática que salvaguarda os direitos de cada cidadão. A conferência, com um dos principais rostos da democracia tunisina, será moderada pelo fundador e diretor do Campo Arqueológico de Mértola, o Professor Cláudio Torres. Nascido a 1933, Cláudio Torres tem desenvolvido a sua atividade científica na área do Património Cultural, nomeadamente, nos domínios da arqueologia, da investigação histórica e da museologia. Venceu o Prémio Pessoa em 1991, foi Doutor Honoris Causa da Universidade de Évora (2001) e foi agraciado com Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique em 1993. É ainda diretor e fundador da revista ?Arqueologia Medieval?. O evento terá lugar na sala onde está exposto o maior mosaico do mundo feito em cortiça, que é uma homenagem ao Prémio Nobel da Literatura José Saramago, que já foi Presidente Honorário do Festival Sete Sóis Sete Luas durante 18 anos. O Festival Sete Sóis Sete Luas tem vindo a estimular a comunicação e a comunhão entre os povos, através da música e da arte. Nascida em 1993, esta organização tem como principal atividade o intercâmbio cultural entre Itália e Portugal, alargando-se num segundo plano à Grécia, Espanha, Cabo Verde, França, Marrocos, Israel, Croácia, Brasil, Roménia, Eslovénia e Tunísia. Batizado a partir da obra do Nobel da Literatura José Saramago, o Festival Sete Sóis Sete Luas privilegia as localidades periféricas e não os grandes centros urbanos, dando oportunidade de internacionalização aos artistas que escolhem explorar a sua própria cultura local, levando-a assim a outras partes do mundo. Desde a sua criação o Festival promove o mundo e a cultura lusófona e mediterrânea. O Município de Ponte de Sor integra a Rede Sete Sóis, Sete Luas desde 1996, localizando-se no Centro de Artes e Cultura desta cidade, um dos 4 Centrum desta Associação, o único no espaço ibérico, o que permite um intercâmbio cultural permanente com as restantes cidades que fazem parte desta rede e que aqui traz periodicamente artistas destas paragens, que brindam a população com as suas exposições de arte, com a sua gastronomia e com as suas criações musicais. Logo a após o encontro com Mohamed Mahfoudh seguir-se-á a inauguração da exposição I SEE, I HEAR, I AM...The univesal Energy of the Soul, da artista plástica italiana Antonella Magliozzi. Inspirada no estilo livre de Pollock, a artista transfere a sua atitude e energia para a tela, provocando uma diversidade de emoções em quem observa o seu trabalho. Uma exposição a não perder! Como já vem sendo habitual nas exposições promovidas pelo Festival Sete Sóis Sete Luas, os jovens de Ponte de Sor serão os protagonistas das oficinas de criatividade, que serão realizadas nos dias 9, 10 e 11 de Março, com a presença de Antonella Magliozzi. Uma oportunidade única de contacto com esta artista, que já venceu inúmeros prémios em território italiano, e que tem vindo a mostrar o seu trabalho um pouco por todo o mundo. Morada: Centrum Sete Sóis Sete Luas ? Centro de Artes e Cultura de Ponte de Sor Avenida da Liberdade, 64-F 1400-218 Ponte de Sor Horário de Funcionamento: Sábados e Segundas ? feiras: 10H00 ? 13H00| 14H00-18H00 Terça a Sexta: 09H00-18H00 Encerrado: Domingos e Feriados Exposição patente até 16 de Abril de 2016 Entrada livre
