O mundo é composto por factos e é a partir dos mesmos que fazemos imagens. O que se propõe, na relação artística com a realidade, é a possibilidade de fazer imagens e representações, modeladas pelo sentido e transferidas para o território do possível. Representações materializadas com presença e significação em potência. Neste contexto, as realizações artísticas como o desenho ou a pintura exprimem e são em si verdades admitidas e imersivas, e isso faz com que sejam apresentações plásticas e tautológicas. Concordando, «tudo o que uma imagem pode fazer é representar outras imagens» (Hal Foster), as realizações plásticas apresentadas possuem a montante e no seu processo de formação outras imagens. Concretizações apoiadas, em registos visuais diversificados e reapresentados como imagens-desenhos. Realizações plásticas e visuais que aceitam um querer ser e muitas das vezes um querer ser semelhante. Fragmentos imagéticos, desenhos e também objetos, que na razão da sua incompletude, questionam a sua representatividade, ao mesmo tempo que se afirmam através de uma economia de meios e com uma visualidade parca mas enérgica - imagículos, no mesmo sentido dos dramatículos de Beckett.
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