“Estas imagens de velhas tradicionais de xailinho das aldeias a gritarem por qualquer coisa de novo, qualquer coisa de colorido, como se estivessem elas próprias cansadas deste estereótipo de “velhas de xailinho das aldeias”, como se guardassem segredos que querem sair do estereótipo através dessas cores.
As velhas das aldeias já não querem ir cortar mato, querem galochas da Hunter, já não querem saias de lã pretas, querem sedas coloridas, gabardines da Burberrys, os filhos foram todos para a Suíça e deixaram o mato para os baldios.
Mas… as velhas antes das velhas e as outras antes dessas, andaram descalças, tocaram o gado, levaram porrada e pariram e deram de mamar…Podemos calçar umas Hunter porque há sempre lá atrás uma que andou descalça e sobreviveu.
É essa que quero ir buscar. É essa que sabia os segredos.”
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