A Mecânica do Efémero parte da ideia de arte enquanto mecanismo que nos permite viajar por diferentes temporalidades, através de uma abordagem que muitas vezes recorre à fantasia, mas onde a imaginação se torna uma importante aliada de questionamentos históricos e sócio-políticos.
Embora os discursos dos artistas convidados sejam diversos na sua abordagem e na navegação deste fluxo temporal e identitário, existe o denominador comum na sua relação com um continente onde repousam os sonhos e desvarios de fantasmas forasteiros. Existe e urge ainda criar um futuro que continua sustentado por inócuas promessas de progresso e liberdade, algo que não é exclusivo do continente africano, acolhendo também as influências de diversas linguagens artísticas e referências que constituem este trabalho conjunto, extravasando as fronteiras nacionais e plataformas continentais.
A arte, enquanto simulacro de um possível futuro, remete-nos a uma inevitável distopia, mas talvez fosse já a colonização essa distopia. Quem olha, quem sobrevive a estas cápsulas do tempo, pode ter de limpar uma finíssima camada de cinzas para chegar a um retrato reconstruído e escurecido.
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