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V Rosto das Letras

V Rosto das Letras

21 de maio, 21h00 

Sessão de abertura

Conferência "António Reis, poeta quotidiano"

Com Pedro Mexia, António Reis e António Gonçalves, e moderação de Mário Augusto

Abertura da exposição biográfica "Mãos dos que passam por nós”, dedicada a António Reis

Patente ao público até 30 de maio

22 de maio, 15h30

Exibição do filme "Trás-os-Montes" (1976), de António Reis

Apresentação de Pedro Mexia

22 de maio, 21h00

Reedição do livro "Poemas Quotidianos”, de António Reis, ed. Tinta da China

Apresentação de Pedro Mexia

22 de Maio, 21h45

Espetáculo de poesia e música "Eu se deixo de respirar"

Com Ana Celeste Ferreira, Isaque Ferreira, Jorge Mota e Ricardo Caló

23 de Maio, 15h30

Filme concerto "A Casa na Praça Trubnaia" (1928), de Boris Barnet

Com os Mão Morta REDUX

De 17 a 21 de maio, apresentação no ensino pré-escolar e do primeiro ciclo, do filme de animação "Às voltas. Tiiiiiiiimmmmmmmm! Taaaaaaaammmmmmmm!”, pel’O Som do Algodão, com poesia de António Reis.

O "Rosto das Letras” chega ao Cine-Teatro Eduardo Brazão, em Valadares, Vila Nova de Gaia, terra-natal do homenageado desta edição de 2021, o poeta e cineasta António Reis, a 21 de maio. O programa contempla um conjunto de atividades até ao dia 23, com continuidade até ao final do presente mês, por via de uma mostra original evocativa do percurso literário do autor. A mesma exposição estará patente no átrio daquela sala de espetáculos até ao dia 31 e permitirá um contacto mais próximo do público com as obras criadas na sua faceta de poeta.

Serão assim dias de evocação e homenagem viva à figura póstuma de António Reis, poeta e cineasta (ou vice-versa, tal é a condição indissociável entre as duas dimensões da personalidade), falecido em 1991. O "Rosto das Letras” é uma iniciativa do Município de Gaia, através do Pelouro da Cultura e Programação Cultural, com produção da Exemplo Extremo. O objetivo do "Rosto das Letras” passa em primeira instância por promover o gosto pela leitura, bem como por divulgar nomes gaienses associados à literatura.

O programa abre a 21 de maio, sexta-feira, às 21h00, com uma conversa que terá como intervenientes alguns convidados ligados à literatura e ao cinema: Pedro Mexia, António Reis (sobrinho do homenageado) e António Gonçalves constituem assim o painel de um debate que será moderado por Mário Augusto, o repórter televisivo especialista em questões afetas à Sétima Arte, cujo tema é "António Reis, Poeta do Quotidiano”. Logo após o momento da prosa das opiniões virá a poesia, que o mesmo é dizer, a abertura da exposição "Mãos dos que Passam por Nós”.

No sábado, dia 22 de maio, às 15h30, há lugar à poesia feita imagem e som, com recurso a uma das películas mais icónicas do autor: "Trás-os-Montes”, de 1976. A exibição do filme no Cine-Teatro Eduardo Brazão será precedida de um introito de enquadramento a cargo de Pedro Mexia. Neste mesmo dia, o poeta, cronista, crítico literário e membro do programa Governo Sombra continuará ao serviço da edição 2021 do "Rosto das Letras”, uma vez que se entregará à incumbência da apresentação da reedição de "Poemas Quotidianos” de António Reis, uma obra com a chancela da editora Tinta da China. O encontro com os interessados decorrerá no mesmo equipamento cultural, sediado em Valadares, por volta das 21h00.

E se a poesia casa com o cinema desde o princípio do(s) filme(s) de António Reis, também pode muito bem ter uma relação paralela com a música no rodapé do dia, melhor, da noite de 22 de maio. Deste modo, Ana Celeste Ferreira, Isaque Ferreira, Jorge Mota e Ricardo Caló vão oferecer aos interessados, sob a tónica da rubrica "Eu se Deixo de Respirar”, um serão poético musical que decorre no mesmo sítio a partir das 21h45.

Para domingo, 23 de maio, está reservada uma epifania a preceito, dia em que a trilogia constituída por poesia, cinema e música ganham fôlego e expressão: com os Mão Morta REDUX (versão da mítica banda bracarense constituída neste caso por Adolfo Luxúria Canibal, Miguel Pedro e António Rafael) em palco a corresponderem ao desafio de um filme-concerto, no caso a obra-prima do cineasta russo Boris Barnet "A Casa na Praça Trubnaia”. Um final que promete, marcado para as 15h30, também no Cine-Teatro Eduardo Brazão.

Importa destacar que o programa consagra ainda de 17 a 21 de maio, no âmbito do Serviço Educativo, uma rubrica destinada ao pré-escolar e primeiro ciclo: ÀS VOLTAS. Tiiiiiiiimmmmmmmm! Taaaaaaaammmmmmmm! Pel’O Som do algodão é uma criação que transporta a poesia de António Reis para o universo infantil e, em articulação com a comunidade escolar, estabelece a aproximação à obra do poeta com recurso ao formato audiovisual.

Bem se pode dizer que o "Rosto das Letras” já deixa um rasto nas letras desde 2016, ano em que a figura tributada foi o poeta Albano Martins; em 2017 o homenageado foi o médico e escritor Miguel Miranda; em 2018 a iniciativa tutelada pela Câmara Municipal de Gaia evocou Rentes de Carvalho e em 2019, na última edição antes do contexto pandémico se instalar, o foco foi concedido à obra literária de Maria Alberta Menéres – todos eles com denominador comum de possuírem uma relação de proximidade com a Cidade de Vila Nova de Gaia.

António Reis nasceu a 27 de agosto de 1927, em Valadares, Vila Nova de Gaia, vindo a falecer em Lisboa a 10 de setembro de 1991.

Na década de quarenta, inicia atividade profissional como escriturário da Electro-Cerâmica do Candal, em Vila Nova de Gaia. Por essa altura manifesta as suas premissas literárias e dá a publicar Chamas, o seu primeiro livro de poesia, em 1947, mantendo uma continuada atividade editorial até 1959 com Luz (1948), Roda de Fogo (1949), Ronda do Suão (1949), Poemas do Cais (1949), Poemas do Escritório (1951), Ode à Amizade (1952), Poemas Quotidianos (1957) e Novos Poemas Quotidianos (1959). Em 1967 surge o volume Poemas Quotidianos, integrado na coleção Poetas de Hoje, da Portugália, prefaciado por Eduardo Prado Coelho, livro que define a obra de António Reis. A dimensão poética de António Reis em territórios literários manteve-se arredada dos leitores cinco décadas até que, em 2017, Poemas Quotidianos volta ao nosso convívio, na coleção de poesia coordenada por Pedro Mexia para a Tinta da China.

A par da escrita, António Reis desenvolve intensa atividade, em colaboração com Fernando Lopes Graça, de pesquisa e recolha etnográfica. Destaque também para o papel altivo no Cineclube do Porto, dando aí início à sua atividade cinematográfica, correalizando Auto de Floripes (1959). Em 1963 é assistente de realização no filme Acto da Primavera, de Manoel de Oliveira, e data do mesmo ano o seu primeiro documentário Painéis do Porto (1963). Realiza, em parceria com César Guerra Leal, Do Céu ao Rio (1964) e Alto do Rabagão (1966). É de 1974 a média-metragem Jaime, película que resultou num trabalho de linguagem cinematográfica singular, conferindo uma marca indelével no seu percurso enquanto realizador. No ano de 1975, António Reis e sua mulher Margarida Cordeiro, vão desenvolver um cinema dedicado a explorar a cultura popular, resgatando ou atendendo a aspetos em vias de extinção, no filme Trás-os-Montes (1976). Eram passados dez anos quando o filme Ana (1985) se apresentou, ainda seguindo os propósitos de registos mais antropológicos e de atenção a um mundo rural em transformação. O seu último filme foi Rosa de Areia (1989), mais ficcional, mas mantendo o caracter poético que foi sendo transversal à sua filmografia.

Foi professor da Escola Superior de Cinema do Conservatório de Lisboa.

Fonte: http://www.cm-gaia.pt/pt/eventos/v-rosto-das-letras/
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