18:00 até às 22:00
programa stANDing 2021 | Práticas de Dis-solução & Práticas de Re-mediação
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programa stANDing 2021 | Práticas de Dis-solução & Práticas de Re-mediação

ESCOLA DO REPARAR 2021
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Investigação-criação de procedimentos experimentais e partilha de processos | de/com Fernanda Eugenio, Dani d'Emilia, Manoela Rangel, Pat Bergantin e Sarah Amsler

<> Ações Psicossomágicas para as Dez posições ante o Irreparável
(Práticas de Dis-solução de/com Fernanda Eugenio e Dani d’Emilia)
online, em video
Acesso livre a partir da Sala Inter-Ferir, site do AND Lab
uma estreia a cada 15 dias, às sextas, 14h BR / 18h PT 
7 maio - (an)coragem e co(m)passionamento
21 maio - consistência e comparência
4 junho - firmeza e franqueza
18 junho - suficiência e justeza
2 junho - des-ilusão e des-cisão

>> partilha de processo das novas Práticas de Re-mediação, de/com Fernanda Eugenio, Pat Bergantin e Manoela Rangel
online, apresentações públicas ao vivo 
Acesso livre a partir da Sala Inter-Ferir, site do AND Lab
3 jul e 10 jul
horários disponíveis em breve

>> desdobramentos das Práticas de Dis-solução, de/com Fernanda Eugenio e Dani d’Emilia em interlocução com Sarah Amsler
apresentações públicas presenciais
Lugares limitados pelas regras de segurança para mitigação da covid-19
24 julho - Bensafrim, Algarve (Ola Eco-Social Regeneration)
31  julho - Lisboa (Penhasco Arte Cooperativa)
horários e condições de participação disponíveis em breve


+SOBRE AS PRÁTICAS

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As Práticas de Dis-solução, de Fernanda Eugenio e Dani d’Emilia, são parte da pesquisa colaborativa des artistas à volta da elasticidade das capacidades de vinculação íntima com o desconhecido/desconhecível e de possíveis percursos para a ativação de modulações politizadas, não-hierárquicas e disseminadas do amor. Apostando na sintonização com as valências da (dis)solvência como meio para pesquisar possíveis "foras" do regime hegemônico da solução, as Práticas de Dis-solução trabalham com a matéria íntima/pessoal para atravessá-la. Através de rituais psicossomágicos, miram sintonizações com o infra e o transpessoal que permitam repousar no tecido da inseparabilidade, descansar no sentir distribuído e percorrer todo o espectro das sensações até a sua borda se (des)integrar no fora/dentro. 

Colocando em conversa o Modo Operativo AND e a Ternura Radical, esta colaboração iniciou em 2018 com as Práticas de Des-Imunizacão, focando em modos de retomada dos territórios afetivos imunizados pelos mecanismos de fechamento-proteção-indiferença característicos das relações entre humanes num enquadramento hegemônico-colonial-capitalístico. Com a pandemia e a demanda emergencial por imunização biológica, comprometeram-se as condições de proximidade que permitiam trabalhar na des-imunização afetiva à alteridade, ao mesmo tempo em que se tornou ainda mais urgente a sintonização com o fundo comum da Vida - feito não só do entrelaçamento com outres nomeáveis como "semelhantes", mas também da imbricação de cada ume com o corpo da Terra, com a vastidão ilimitada da vida para além e aquém das formas. Emergiram assim, em 2020, as Práticas de Dis-Solução, procurando fazer da ‘falta de contato físico’ entre humanes uma brecha para a coletivização do sentir, alargando as experimentações na direção de um repertório de intimidade relacional mais vasto, capaz de vibrar em amorosidade com outras formas de vida, mais-que-humanas. 

Um primeiro ciclo de criações aconteceu ao longo da edição 2020 do programa stANDing da Escola do Reparar, quando as Práticas de Dis-solução entraram em conversa com as Dez Posições ante o Irreparável, de Fernanda Eugenio, que funcionaram como tema para as atividades daquele ano. Deste encontro emergiu uma série de Ações Psicossomágicas, programas performativos para operar no sensível através de uma formulação mágico-ritual que ativa operações de dis-solução: (des)integração, trans-formação, (trans)bordamento, com-temporaneidade e (re)pouso. Esta série foi sintetizada em cinco vídeos inéditos, com edição de Pedro Henrique Risse. 

No programa stANDing 2021 da Escola do Reparar, além da estreia pública dos vídeos (7 de maio a 2 de julho, quinzenalmente), as Práticas de Dis-solução serão desdobradas através de uma entrada em interlocução com a investigadora Sarah Amsler, Professora Associada do departamento de Educação da Universidade de Nottingham, Reino Unido, e parte do coletivo Gestos Rumo a Futuros Decoloniais, que trabalha nos cruzamentos transdisciplinares entre sociologia, educação, teoria crítica e feminista, pedagogia radical e justiça social, com interesse especial em aprender nos limites do possível e com o ‘otherwise’. A partilha desta nova etapa será feita em duas apresentações presenciais: 24 de julho, no espaço Orla (Bensafrim, Lagos, Algarve) e dia 31 de julho na Penhasco, em Lisboa.

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As Práticas de Re-mediação, de Fernanda Eugenio, Manoela Rangel e Pat Bergantin, constituem-se enquanto campo de investigação sensível de vias de (re)conexão entre práticas artístico-somáticas, uma espiritualidade politizada e uma política espiritualizada. Desde que se instalou a pandemia, em março de 2020, ativamos encontros regulares online, nos quais nos propusemos a nos acompanhar 'movendo forças', partindo dos recursos e ferramentas que compõem os jogos com o corpo-território do Modo Operativo AND, em especial as práticas de (auto)etnografia sensorial, o ANDbodiment e os Jogos de Comparência. 

Enquanto gesto político de reconectar o que o pensamento dual inscreveu como separado, as Práticas de Re-mediação fazem-se práticas de en/incorporação da des-cisão,  (a)firmando a ligação com outros campos e integrando os planos que o pensamento moderno cristalizou como 'natural' e 'sobrenatural'. Isto será o mesmo que lembrar sensivelmente que tudo que está fora está dentro, e vice-versa, num exercício de des-identificação radical e de transicionalidade do Eu.

Foi com este desejo de re-conhecer (conhecer de novo) o que (não) sabemos - este plano em que espiritualidade, natureza e ancestralidade formam um todo indiviso -, que ancoramos a nossa pesquisa na dupla valência da operação da re-mediação: re-mediar é voltar a juntar o que estava desligado e é, também, curar, dar jeito e/ou remédio. Esse duplo sentido comparece quando damos passagem a três desdobramentos contemporâneos ao acontecimento: o corpo que é atravessado (forma-imediata), o corpo que atravessa (força-afeto), e o corpo travessia (forma-força-canal). Em estado de travessia-atravessamento-atravessade, os eventuais ‘pontos’ que pareciam estar desconectados podem se re-ligar e a cura da re-mediação, até então, tem se manifestado em também três modulações: a cura através do corte, a cura através do antídoto, e a cura através da dádiva.

Pesquisando, nos nossos corpos-territórios, o espectro das frequências vibracionais que nos atravessa e constitui, fomos interrogando através da vivência a possibilidade de sintonizarmos com a multidimensionalidade co-participativa da Vida, de dar passagem à sua manifestação, e de estarmos lá para ela, com uma capacidade ativa de senti-la, honrá-la e reconhecê-la.

Passado mais de um ano de pesquisa íntima e despretensiosa dessas questões, abrimos espaço no programa stANDing 2021 da Escola do Reparar para compartilhar os três meios que percorrem as Práticas de Re-mediação: meios de liberação - localizando e desbloqueando chaves de acesso para construir o corpo de travessia; meios de canalização - exercitando-se enquanto canal transpessoal e constituindo campo para a aparição da questão a ser curada; e meios de serviço - desobstruindo curas possíveis e disponibilizando caminhos para gestos de reparação que, através da concretização no ínfimo, possam, quem sabe, aos poucos reverberar mais vastamente. 

Serão duas apresentações públicas deste processo ininterrupto de pesquisa, ambas online, nos dias 3 e 10 de julho.
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
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