Os povos da região de Chiapas, no México, protagonizam um intenso processo de resistência e construção de autonomia desde a década de 1980. Chamaram a atenção de todo o mundo com o Levantamento de 1 de Janeiro de 1994, no mesmo dia em que entrou em vigor o Tratado de Livre Comércio entre México, Estados Unidos e Canadá, quando o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) tomou em armas várias cidades daquele estado mexicano. Durante os meses e anos seguintes, o EZLN colaborou com vários povos indígenas do México, contribuindo para a construção de autonomia noutras geografias e de estruturas como o Conselho Nacional Indígena (CNI). Com uma frente política (civil) e fortes bases de apoio em Chiapas, os e as zapatistas construíram uma autonomia real nas suas comunidades, apesar das violências do estado e de paramilitares privados. O EZLN investiu esforços no diálogo e reivindicação ao Estado Mexicano pelo reconhecimento dos direitos dos povos indígenas, do campesinato, e por “trabalho, terra, tecto, pão, saúde, educação, independência, liberdade, democracia de base, justiça e paz”. Com a Sexta Declaração da Selva de Lancandona, em 2005, baixam as armas e reafirmam o compromisso com este processo de organização e resistência, político-democrática de base, nas comunidades de Chiapas em articulação com outras comunidades indígenas e movimentos sociais no México e no mundo. Convidamos todas as pessoas interessadas em participar nesta conversa aberta, que chamamos a propósito da Gira Por la Vida, durante a qual uma delegação de companheiras do EZLN e do CNI vai percorrer o continente europeu, entre Julho e Setembro deste ano, para se encontrar com a Europa “de baixo e à esquerda”. _________________________________________________________ De forma a respeitar a saúde colectiva, será necessário usar máscara e respeitar as distâncias de segurança. Desinfetante disponível no local.
