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GREEN RAY*14 | LUX CURATED BY GUY GERBER

GREEN RAY*14 | LUX CURATED BY GUY GERBER

Guy Gerber

Nem todas as tradições são boas e o tempo encarrega-se até de apagar algumas da nossa memória colectiva. Mas, das repetições que se tornam cada vez melhores, nascem costumes novos. E Guy Gerber no Lux é já definitivamente uma tradição. Das boas, das que nos enchem de orgulho.
O israelita fez parte da família Cocoon e é agora o patrão da editora Supplement Facts, onde acumula edições de nomes como Ryan Crosson, Guti, tINI ou Martin Buttrich. Desde organizar produções megalómanas para a sua residência no Pacha Ibiza até misturar uma compilação Fabric, há pouca coisa que possamos dizer que Gerber ainda não tenha feito – e em grande. Desta vez cabe-lhe a nobre tarefa de curar uma noite onde o raio verde brilha sobre Santa Apolónia. Mas, cumprida que está a tarefa de programador, é na cabine que vai mostrar toda a sua astúcia, esbatendo a linha que separa um DJ set de um live act. Adepto da tecnologia e de a usar a seu favor, encarna o papel do DJ do séc. XXI. Armado com um computador e toda a matéria prima que possa necessitar, reinterpreta ao vivo não só a sua música mas também a de outros, explorando novos caminhos e apresentando-nos combinações tão improváveis como deliciosas. Há uma reminescência progressiva daquilo que faz sair das colunas, uma energia que nos transporta continuamente em diante, embalados no pulsar dos sintetizadores e vozes etéreas que nos parecem comandar na viagem. Esta é uma tradição que não vale a pena quebrar.

Clarian

Um segredo bem guardado, de Nova Iorque para Lisboa. 
Clarian North já foi, com Addy Weitzman, Footprintz. A dupla editou vários singles de sucesso na Visionquest, editora de Seth Troxler e companhia. Tudo parecia encaminhado para a parceria até que um mês antes do lançamento do seu álbum de estreia, “Escape Yourself”, decidiram separar-se. Talvez tenham escapado deles próprios, numa atitude pouco habitual às portas da edição de um longa duração, mas nem por isso Clarian escapou da música.
Por entre banhos analógicos dos seus teclados Juno e festas de piscina com Guy Gerber, estabeleceu-se como nome a fixar e a seguir. Música sonhadora, ao jeito de canções para danças folgadas numa ambiência que é destinada a deixar-nos de sorriso nos lábios. Baixos decididos a ter um pé na idade de ouro dos 80’s seguem lado a lado com incursões vocais, num resultado que, a alturas, nos lembra os colegas de edição na Visionquest, Benoit & Sergio. 
Clarian pode ser para muitos um segredo bem guardado, mas nesta Green Ray vamos fazer com ele o que, entre amigos, se faz ao que gostamos tanto que não conseguimos guardar só para nós: partilha-se. 

Maayan Nidam

Durante muitos anos, Maayan Nidam deu-se a conhecer ao mundo como Miss Fitz. Um trocadilho óbvio com a palavra misfit, que traduzida liberalmente indica alguém que não encontra exactamente onde pertencer. O pseudónimo já foi deixado para trás e não há-de ter sido por acaso: a israelita conquistou o seu lugar e passou de curiosa exploradora a “trendsetter”, apoiada numa sólida carreira rodeada por uma espécie de “quem é quem” do House europeu de especiais influências alemãs. 
Em actividade desde 1999 tanto no estúdio como atrás dos pratos, cresceu em Tel-Aviv mas seria em Berlim que encontraria a resposta às suas buscas. Só pode dar bom resultado absorver a criatividade e experiências disponíveis na capital. No caso de Maayan, levou-a a edições em selos como a Perlon, Freak n’ Chick, Sushitech, Contexterrior, Cadenza, e a lista continua. Pelo caminho não esqueceu colaborações: com Vera Heindel é Mara Trax e com Lee Curtiss e Shaun Reeves é Uli Künkel. Mas seja a solo ou em grupo, uma coisa garantimos de Maayan Nidam: ela é pura classe. Movimenta-se no House com uma estética onde o orgânico e os sons quentes são senhores, desfilando ao lado de batidas modeladas à perfeição com a pista de dança em mira, num hipnotismo criado a subtis variações e vocais usados exactamente na altura certa. Há um lugar onde Maayan Nidam pertence com a sua mala de discos, e esse lugar é connosco, na pista do Lux.

Cajmere

Bem vistas as coisas, faz todo o sentido que Curtis Jones estivesse a estudar Engenharia Química, quando pegou numa drum machine barata e num gravador de quatro pistas, e se decidiu a fazer música, para se distrair da Tabela Periódica, há mais de 20 anos. Desde cedo que se percebeu nele um jeito inato para misturar e dosear com mestria, diversos ingredientes musicais, combinados em potentes cocktails capazes de alterar a química (e a física) de uma pista de dança.

Se o nome não fez soar campaínhas, traduzamo-lo em imagens, das mais significativas da história do house e do techno : um moicano verde e óculos escuros saídos de uma fantasia cyberpunk. E uma gargalhada ouvida incontáveis vezes nas pistas de todo o mundo. É isso, Curtis Jones é Green Velvet, e antes de o ser, era (e é) Cajmere. Pioneiro do house de Chicago, devoto do que ele chama o “boom!” do kick e do baixo, evangelista da boa disposição que nunca passa a ser transgressão mas anda lá perto. Como fundador da Cajual e sua subsidiária mais techno, a Relief, deu-nos “Brigther Days” com Dajae ou avisou-nos que era a hora do “Percolator”. Revelou-nos Derrick Carter ou DJ Sneak. Entreteve-nos e por vezes, como uma espécie de irmão mais velho, ensinou-nos o que é entretenimento em demasia… Fellin´ Kinda High.

Imaginêmo-lo assim : no País das Maravilhas do house, Cajmere é o Gato Que Ri. A toca do coelho, fica na pista do Lux."

Textos Guy Gerber, Clarian e Maayan Nidam : Inês Duarte
Texto Cajmere : Nuno Mendonça
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