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Exposição online 'Retratos de estimação' de Paulo Fernando

Exposição online "Retratos de estimação" de Paulo Fernando

"Retratos de estimação" de Paulo Fernando

O trabalho apresentado pelo fotógrafo Paulo Fernando suscita-nos um conjunto de reflexões sobre a mudança das relações entre os seres humanos e os animais que mudou muito em Portugal nos últimos anos fruto do aumento do nível de vida da população.
Comecemos pela linguagem que reflete a mudança de condições e comportamentos levando a precisões terminológicas para os designar. Assim, o termo “animais domésticos” tem vindo a ser substituído por “animais de estimação” para referenciar um animal humanizado que tem como finalidade a companhia, o entretenimento dos seus donos, definição estabelecida pelo Decreto-lei 314/2003, 8445. Assim, todos os animais de estimação são animais domésticos, mas nem todos os domésticos são de estimação e o que os distingue é o afeto, as relações de proximidade e de intimidade com os seus donos.
Muitos psicólogos relacionam as relações especiais que se estabelecem entre humanos e animais nas sociedades ocidentais economicamente desenvolvidas ao progressivo processo de individualização. Mais distantes e independentes das relações tradicionais - com a família e grupos sociais – há uma disponibilidade afetiva e relacional que encontra nos animais novas formas de dependência. Os animais vivem nas casas das pessoas com um notável conforto, são acompanhados clinicamente o que lhes prolonga a vida, são tratados e cuidados com toda uma gama de produtos e acessórios que tornou esta linha de consumo muito relevante. É cada vez maior a área dedicada aos animais nas superfícies comerciais e multiplicam-se as clínicas veterinárias, hotéis e já são muitas as pessoas cuja profissão é ser “acompanhante” dos animais (“dog walking”, “pet sitting”) ... 
A inserção dos animais nas famílias reflete-se no espaço que lhes é atribuído, o tempo que lhes é dedicado e até a forma como são nomeados: os nomes mais comuns como Farrusco, Bobby,Tareco Traquina, Catita, Leão, Bolinha, Piasca dão lugar a outros nomes associados a figuras públicas como Beatle, Obama, Miró, Michelle, Sting, Che, Ringo...Ultimamente, somos surpreendidos e baralhados quando os nomes que eram exclusivos dos humanos são atribuídos aos animais: Maria Amélia, Inês, Gaspar, Zé, Gaby, Xavier ... Esta é uma das manifestações de uma progressiva antropomorfização dos animais a quem são atribuídos sentimentos e emoções idênticas às dos humanos sabendo que as relações de dependência do animal asseguram a retribuição do afeto e cuidado. A probabilidade de desapontamento é menor e pede-se ao animal o que não se pode pedir a um humano: lealdade absoluta, carinho e entrega total. O aumento da autoestima, o combate à solidão, o desenvolvimento de interações sociais com outros donos de animais e da relação com a natureza são algumas das razões que justificam a adoção do progressiva do termo “animais de companhia”.
Haver um estúdio dedicado à fotografia destes animais é uma consequência de uma nova realidade em que os animais passam a ter um novo estatuto nas sociedades com um desenvolvimento económico compatível. E assim se descobre uma nova realidade estética na fotografia com exigências técnicas mas sobretudo afetivas. E o trabalho do Paulo Fernando reflete esta relação que não se aprende num manual de instruções. É uma condição que é inerente à sua forma de estar no mundo e de se relacionar com seres animais e humanos.

O álbum e o vídeo serão acionados às 21:30 de sexta-feira: https://youtu.be/L_OEqG7iQIc


Nota Biográfica

Paulo Fernando (Lisboa, 1966) teve o primeiro contacto com a fotografia aos 17 anos, pela mão do mestre Luís Félix Marques, com quem aprendeu a revelar, a imprimir e a retocar fotografias de retrato. Segue o caminho das artes, começando como desenhador projetista dedicando-se progressivamente às áreas da sua atual atividade: designer gráfico, web designer e designer de interiores de espaços comerciais.
Desde 2018, é professor de design gráfico, web design e fotografia na Escola Profissional Magestil e na Escola de Moda de Lisboa. Depois de muitos anos sem fotografar, volta à fotografia em 1999, ano em que lançou uma agência de publicidade, marketing e comunicação, a Escala Real.
Depois de muitos anos dedicados à fotografia comercial e publicitária, em 2015, desafiado por Leonor Palma, sua companheira e também designer, lança o projeto de fotografia de retrato de animais em estúdio, o Studio P- Pets Photography. O seu trabalho tem sido reconhecido por vários meios de comunicação social: SIC, RTP, Visão online entre outros. 
Neste projeto de fotografia de animais, recebe donos de vários pontos do país que reconhecem que, para além da competência técnica, tem a capacidade de lidar com os animais de modo relaxado e afetuoso o que se reflete nas fotografias que tem realizado.

info@studiop.pt 
http://www.studiop.pt/
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