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Pé D’Orelha

Pé D’Orelha

Esta exposição é uma verdadeira resistente. Já passou por dois confinamentos, que levaram ao encerramento temporário do Museu Bordalo Pinheiro, mas está agora de volta de pedra e… faiança!

Apresentando cerca de 170 obras de Bordalo Pinheiro (1846-1905) e de Querubim Lapa (1925-2016), provenientes do acervo do Museu e de coleções privadas – algumas delas inéditas -, Pé d’Orelha une os dois artistas através do olhar do mais novo sobre a influência da obra do mais velho. Esta é, portanto, uma exposição de constantes comparações, onde as peças destes artistas de tempos diferentes entram num diálogo privado.

A mostra, dividida em seis núcleos, arranca cronologicamente em 1956, altura em que estas conversas entre os dois artistas se terão iniciado, apenas dois anos depois de Querubim ter inaugurado o seu percurso cerâmico.

Em Heranças, percebe-se que, tanto na obra de Bordalo Pinheiro como na de Querubim Lapa podem reconhecer-se elementos provenientes da história da arte e da cerâmica, onde as culturas e tradições do passado se manifestam de forma diversa, segundo linguagens próprias do tempo de cada um.

Um bom exemplo é o motivo das esferas armilares. Quatrocentistas e com importante presença no Palácio de Sintra, foram retomadas por Bordalo na Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha, e, mais tarde serviram de base a inúmeras composições desenvolvidas por Querubim Lapa, onde a geometria e o simbolismo se entrecruzam.

De meados da década de 1960 até ao início da década de 1980, Querubim Lapa recorre às Citações diretas de elementos bordalianos. Lagostas, santolas, lavagantes ou caranguejos serão acoplados a placas cerâmicas ou a suportes mais complexos, que podem também incluir fragmentos de pratos e outras peças, dando origem a objetos compósitos que integram passado e presente.

Satíricas – Ainda em 1956, Querubim Lapa cria uma coleção de peças de raiz satírica, onde os jarros, canjirões, caixas ou vasos com formas humanas são a sua primeira homenagem deliberada à obra de Bordalo Pinheiro.

Podem estabelecer-se inúmeras Afinidades entre a obras de Bordalo e de Querubim, sendo a integração da cerâmica de autor em contexto fabril uma delas. Ambos os artistas concebem objetos utilitários e decorativos como caixas, bases de candeeiro, pratos, travessas ou jarros com formas de animais, representações de elementos vegetais, representações híbridas, máscaras animalescas ou humanas.

Existe tanto em Bordalo como em Querubim, uma necessidade de representação de elementos do quotidiano fora do seu contexto. Porque nem todas as conversas se podem ter em público, Confidências reúne peças cujas histórias ficam à imaginação do espetador.

Já o humor de cariz sexual, que pontua o universo satírico bordaliano, aparece mais ou menos velado na prática de Querubim. Em Eróticas, os dois artistas encontram-se, uma vez mais, através do sentido de humor e da sátira, parodiando elementos fálicos e representações do nu que se aproximam do cartoon e da banda desenhada.

Fonte: https://agendalx.pt/events/event/pe-dorelha/
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