14:00 até às 16:00
Security in the Age of (In)Humanity

Security in the Age of (In)Humanity



O CIAS e a Fundação Serralves, em colaboração com a Rede de Pesquisa Sci-Tech Asia, o Departamento de Ciências da Vida e o Centro de Ecologia Funcional, apresentam o Projeto Curatorial e Ciclo de Palestras:


por Michael Herzfeld (Harvard University)


Os apelos à “segurança” são feitos por representantes estatais em todo o mundo como justificação para o controlo excessivo, e este modelo funcionou bem também para os operadores neoliberais e para os que são suficientemente ricos para poderem pagar pelo encerramento dos seus espaços contra um perigo potencial do “lado de fora”. Foi universalizado como “segurança planetária”, dando legitimidade a uma ampla sucessão de atos arbitrários de exclusão social, cultural e racial e, em última análise, para uma rejeição da responsabilidade coletiva da Humanidade pela biodiversidade, bem como pela diversidade linguística e cultural. Formas de soberania diferentes, mas mutuamente paralelas e que se reforçam mutuamente são invocadas para justificar práticas discriminatórias, que ofendem a própria ideia de uma humanidade comum e troçam do termo “Antropoceno,” sugerindo a necessidade de uma reconsideração da sua utilidade e uma avaliação do perigo de ser deliberadamente mal interpretado. Concomitantemente, as expropriações do espaço de vida comum acontecem simultaneamente com os abusos do direito à liberdade de expressão e de ação, ignorando o contrato social e as responsabilidades mútuas associadas que fundamentam tais conceitos e os subjugam a impulsos totalitários a todos os níveis. E se questionarmos o que significam os apelos à segurança planetária para os sem-abrigo e para indivíduos sem posses? E se questionarmos o que significa a liberdade de expressão para aqueles que são mais prejudicados pela sua incorreta utilização? Como é que as diferenças culturais – por exemplo, aquelas reveladas em hábitos locais de etiqueta e pedidos de desculpa e conceitos de culpa e de causalidade – moldam as respostas a essas perguntas, e como é que os antropólogos podem contribuir para um debate global, recentrando o planetário nos detalhes de acordos sociais locais?



10 MAI 2021 | 14:00 (GMT)

Online | Registo obrigatório para: Anabela Silva – a.silva@serralves.pt


Mais informações sobre o programa: https://www.serralves.pt/ciclo-serralves/2102-pluralizing-the-anthropocene/

PROGRAMA (PT)

A noção do Antropoceno extravasou das ciências geofísicas para as humanidades, ciências sociais, artes, e media, desencadeando um vasto debate global sobre o futuro da vida no planeta. Na “idade dos humanos”, a nossa espécie transformou-se numa das forças geofísicas mais potentes do planeta e as nossas atividades estão a levar-nos a crescentes incertezas ambientais. Se o mundo teve alguma vez a ilusão de estabilidade, enfrenta agora a possibilidade de um futuro com problemas sem fim. Mas o Antropoceno não é apenas uma idade de colapso e destruição ambiental; é também uma idade de ultrapassar desastres e catástrofes e criar novas visões de esperança e de justiça. Os novos desafios das mudanças climáticas, extinção de espécies, e o aumento do nível do mar compelem um reimaginar do lugar da humanidade no mundo, e um repensar urgente das forças dominantes que ameaçam o equilíbrio ecológico do planeta. O uso do termo Antropoceno para denominar esta nova era de incertezas antropogénicas crescentes abriu todo um novo campo de conversas multidisciplinares e interdisciplinares sobre as relações dos seres humanos com o ambiente no século XXI, mas também gerou um entendimento monolítico do Antropoceno como uma experiência humana unificada. Este enquadramento do Antropoceno em redor de um paradigma de espécie universalizante cria um efeito homogeneizante. E no entanto, nem todos os humanos estão igualmente implicados nas forças que conduzem às crises ambientais contemporâneas, e nem todos os humanos são igualmente convidados para os espaços conceptuais onde estes desastres são teorizados ou onde as respostas a estes desastres são formuladas. Pluralizando o Antropoceno apresentará um conjunto de reflexões antropológicas por figuras maiores das humanidades e das ciências contemporâneas comprometidas com uma visão mais plural dos debates em redor do Antropoceno e das grandes questões de resiliência, adaptação e luta pela justiça ambiental.

PROGRAM (EN)
The notion of the Anthropocene spilled out from the geophysical sciences into the humanities, social sciences, the arts, and the media, triggering a vast global debate on the future of human life on the planet. In “the age of humans”, humans have become one of the most potent geophysical forces in the planet and their activities are leading to increasing environmental uncertainties. If the world once had the illusion of stability, it is now facing the prospect of trouble without end. But the Anthropocene is not just about a runaway world of environmental doom; it is also about overcoming disaster and catastrophe and creating new visions of hope and justice. The realities of anthropogenic climate change, species extinction, and sea level rise compel a reimagining of humanity’s place in the world, and an urgent rethinking of the dominant forces threatening the ecological balance of the planet. Using the term Anthropocene to refer to this new age of anthropogenic uncertainties has opened up a whole new field of multidisciplinary and interdisciplinary conversations about human-environment relations in the 21st century, but it has also generated a monolithic understanding of the Anthropocene as a unified human experience. This framing of the Anthropocene around a universalizing species paradigm has a homogenizing effect. And yet, not all humans are equally implicated in the forces driving contemporary human-environmental crises, and not all humans are equally invited into the conceptual spaces where these disasters are theorized or responses to disaster formulated. Pluralizing the Anthropocene will feature anthropological reflections from major figures in the humanities and the sciences committed to opening up the plural possibilities of on- going Anthropocene debates of resilience, adaptation, and the struggle for environmental justice.

Fonte: https://agenda.uc.pt/eventos/security-in-the-age-of-inhumanity/
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