O fator animal O trabalho fotográfico de Maurício Soares não se pode resumir à categoria "Vida Selvagem" porque está para além dessa fronteira. Desde cedo, dedicou a sua objetiva ao mundo animal próximo, avançando mais tarde para o resto do país, para a Europa e depois para outros continentes. A adrenalina do fotógrafo é semelhante em diferentes lugares a fotografar diferentes animais. Todas as espécies o deslumbram das mais comuns às mais raras e exóticas. Assim, expectante, aguarda camuflado no jardim da sua casa na Maia que cheguem ao amanhecer os chapins, os piscos, as felosas, os melros, os sírios. Conhece-lhes os hábitos, o calendário e os horários. E é com entusiasmo semelhante que aguarda, no Alaska pelos ursos e águias, pelos bisontes e veados em Yellow Stone, pelos leões e elefantes na Tanzania, pelos crocodilos na África do Sul, pelos colibris e tocanos na Costa Rica, pelos abutres negros nos Pirinéus. O modo como o Maurício fotografa, como fala das personagens que retrata, como passa o temor que este mundo - próximo e longíquo - esteja irremediávelmente condenado, torna-o um militante pela causa da preservação da natureza que é condição da nossa própria preservação. Manuela Matos Monteiro Vídeo com a exposição ativo a partir de sexta-feira, pelas 21:30 https://youtu.be/IDnVEelIy0w Som: João Lafuente Alguns dados biográficos Maurício Soares nasceu no Porto, é médico de profissão e apaixonado pela fotografia desde o fim da adolescência. É um autodidata mas valorizou sempre a sua formação frequentando workshops com vários fotógrafos: António Sá, Luís Quinta Greg Basco, Doug Brown, Keith Bauer, Bence Mate e Matt Shetzer. A vida selvagem é a área que indiscutivelmente marca a sua obra o que o leva a ser também um viajante. Tem muitos trabalhos publicados em revistas exigentes da especialidade como National Geographic (Portugal), Wildlife Photographic e Wildlife Photography World. Participou em exposições em festivais e galerias de fotografia com trabalhos seus. Vê na fotografia selvagem não apenas uma expressão estética mas, sobretudo como um meio de sensibilizar o público para a preservação da natureza.