Almas quebradas não curam tão bem quanto ossos fraturados. Os processos de cura emocional são mais estranhos, mais pessoais e implicam uma estabilidade sempre temporária que é difícil de alcançar. María José Llergo (nascida em Pozoblanco, Córdoba, 1994) gravou um álbum de estreia —Salvación— que representa a viagem pelo seu próprio processo de cura. Este é um EP de sete faixas com músicas lançadas anteriormente e adicionando faixas essenciais, incluindo "Soy como el oro" - a única letra tradicional do álbum, típica dos 'tonás' ou 'cantes de trilla' que nos lembra que amar a si mesmo é também prestar atenção ao que mais nos dói.
“É neste álbum que canto o meu processo de cura. É um álbum conceptual: faixa por faixa, eu abordo questões que me incomodam ou me magoam e tento canalizá-las para a beleza, para que a dor não me destrua ou me torne numa pessoa pior. Estou a começar a minha carreira e adoraria que fosse longa, precisava de me curar antes de estar pronta para me dedicar à música. É como quando amamos alguém: primeiro, precisa amar-nos a nós próprios”, diz ela.
Além do compromisso com as próprias raízes, María José Llergo também faz outra descoberta vital: a meditação, que faz parte de seu quotidiano há alguns anos e sem a qual o álbum seria incompreensível. Seu "Flamenco bastardo" é ainda mais mântrico agora: a sua voz surge em primeiro plano, doce e profunda, flutuando na música eletrónica etérea e ambiental. É um som que embeleza sintagmas curtos e contundentes que levam ao transe.
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.