23:00 até às 05:00
Recolher Obrigatório | 6 horas de live-streaming

Recolher Obrigatório | 6 horas de live-streaming

Recolher Obrigatório

Ana Teixeira Pinto / Ayoub ElAyady / Daniel Pizamiglio / Jejuno + Sara Graça / Jorge Jácome / Kenneth Goldsmith / Rachel Mars / Vânia Doutel Vaz

Sex 18 dezembro
M/16

“Proíbe-se a circulação diária de cidadãos na via pública no período compreendido entre as 23:00 h e as 05:00 h, acautelando todas as deslocações necessárias ou que se justifiquem. Prevê-se um dever geral de recolhimento domiciliário nas restantes horas.” (Decreto nº 9/2020)
Durante as seis horas de um recolher obrigatório, o Teatro do Bairro Alto apresenta online oito peças íntimas – transmitidas em directo ou feitas de propósito para nos ajudarem a enfrentar uma das noites mais longas do ano mais longo. Em Casablanca, Londres, Lisboa, Berlim ou Nova Iorque, a música, as imagens, as palavras e os gestos combinam-se para assumir as formas do ritual e da conferência, da carta e do encontro, da fluidez e da insónia. À espera que os dias voltem a crescer.

Artes performativas


O live-streaming decorre das 23h de sexta, dia 18, até às 5h de sábado, ficando a transmissão disponível até ao final desse dia.

Disponível no YouTube, redes sociais e website do TBA

Alinhamento (horários aproximados)
23h00 - Vânia Doutel Vaz, ad aeternum
23h45 - Ana Teixeira Pinto, Capitalismo com uma Face Transumana
00h30 - Jejuno + Sara Graça, Pool u. Pool Original
01h20 - Daniel Pizamiglio, POR FAVOR, OLHAR COMO SE FOSSE A PRIMEIRA E ÚLTIMA VEZ 
02h05 - Rachel Mars, YOUR SEXTS ARE SHIT: OLDER BETTER LETTERS (Middle of the Night Edition) 
03h00 - Jorge Jácome, moooooon
03h45 - Kenneth Goldsmith, RE:Silience (a partir da “Lecture on Nothing” de John Cage)
04h30 - Ayoub ElAyady, LILA


Ana Teixeira Pinto 

Capitalismo com uma Face Transumana 

A característica mais saliente do movimento de extrema-direita conhecido como alt-right é a sua relação com as tecnologias de informação, e não com a falta de expectativas da classe trabalhadora pós-industrial. Isto, diria eu, aponta para uma nova configuração de ideologia fascista a tomar forma sob a égide da governação neoliberal, e a trabalhar em conjunto com ela. Se cada ascensão do fascismo testemunha uma revolução fracassada, poder-se-ia dizer que a ascensão das tendências criptofascistas dentro da indústria tecnológica testemunha os fracassos da “revolução digital”, cujas promessas de socialização do capital nunca se concretizaram. Nesta perspectiva, a guerra cultural online é um sintoma de uma batalha existencial em torno da desocidentalização, do imperialismo e da hegemonia branca. 



Ayoub ElAyady  

LILA 

Lila é a palavra para noite em árabe e é também o nome da cerimónia litúrgica que se manifesta no transe, como processo de cura e terapia, através de um ritual de imersão sensorial conduzido por música (gnawa), incenso, cor e dança. Do pôr-do-sol à alvorada são reveladas sete cores, associadas a diferentes ritmos e estados de êxtase. 

Em LILA, Ayoub ElAyady, Khalid Boulhamam e O Morto percorrem, de forma condensada, as sete cores do ritual noturno na sua expansão – da forma tradicional à manipulação eletrónica. Pulsação, repetição e desintegração são continuamente invocadas pela condução de frequências graves e movimento oscilatório. 

Ayoub ElAyady – guembri e voz 

Khalid Boulhamam – percussão e voz 

O Morto – electrónica 



Daniel Pizamiglio 

POR FAVOR, OLHAR COMO SE FOSSE A PRIMEIRA E ÚLTIMA VEZ  

Entre Abril e Junho, logo após o primeiro confinamento, Daniel Pizamiglio iniciou em Lisboa uma série de encontros com diversas pessoas e em diferentes lugares. Perante uma situação em que o próprio encontro é uma ameaça e simultaneamente aquilo que está ameaçado, o que se pretendia era resgatar o que ainda era possível dos afetos – constrangidos, como estavam, pela necessidade de medidas sanitárias. Como ponto de partida, em cada um destes encontros, as mãos exploraram a insistência num toque que se tornara impossível. E os olhos buscaram pensar e performar um estar com o outro, olhando-o como se fosse a primeira e última vez. Para o Recolher Obrigatório, preparou uma montagem desses encontros filmados. 



Jejuno + Sara Graça 

Pool u. Pool Original 

Pool u. Pool Original é uma performance ao vivo com som de Jejuno e imagem de Sara Graça. No conforto de casa, a transmissão deixa-se introduzir pelo familiar Bluegrass hit:
 
“Challenge level from high to low,  

just like skill. 

Do you believe in flow? 

Oh through the day, hello! 

Said Pool to Pool. 

Diabolo, plate spinning, devil sticks, 

hooping, yo-yo, and hat manipulation. 

No one answered. 

Pool was looking at the things she enjoyed in life, 

so she could take them to the next next, 

To the next world. 

Is anyone gonna tell me goodnight or do I have to do it myself? 

Is anyone gonna tell me goodnight or do I have to do it myself?” 



Jorge Jácome 

moooooon 

A partir de comentários do YouTube de vídeos duracionais de relaxamento para pessoas que estão sozinhas e/ou que não conseguem dormir, e de uma filmagem da lua em super 16mm, transferida para digital, moooooon imagina uma transformação dos estados físicos da lua, especulando sobre a possibilidade de a sua materialidade ser fluída. 

moooooon é um projeto em constante mutação que propõe olhares para arquivos, para ideias de preservação, de intimidade e partilha, da dualidade entre o analógico e o digital, o material e o líquido, ideias de Zygmunt Bauman e de Nicholas Sparks. 



Kenneth Goldsmith 

RE:Silience (a partir da “Lecture on Nothing” de John Cage) 

45 minutos para um orador a solo 

RE:Silience é uma reformulação da icónica peça falada de John Cage “Lecture on Nothing”, de 1969, para o século XXI, refletindo as atuais preocupações com o mundo digital e a pandemia. Numa altura em que não está praticamente “nada” a acontecer, a peça de Cage adquire novas e relevantes implicações para a arte, a criatividade e a política num tempo de confinamento e distanciamento social. 



Rachel Mars 

YOUR SEXTS ARE SHIT: OLDER BETTER LETTERS (Middle of the Night Edition) 

Este ano era suposto Rachel Mars ter circulado com o seu espetáculo – uma peça cómica, íntima e indecente, fazendo a triangulação entre cartas de amor de artistas que morreram há muito, mensagens sexuais contemporâneas e uma meditação sobre a construção do corpo queer feminino. 

Para o Recolher Obrigatório, traz-nos uma versão digital ao vivo, usando as mesmas fontes do espetáculo original – cartas, mensagens e histórias francas – e acrescentando a opção de participar para quem estiver a assistir a meio da noite. 



Vânia Doutel Vaz 

ad aeternum  

quão múltipla é uma situação experienciada por uma só pessoa? 

as ideias, a quem pertencem? 

a solidão reconhecida por uma multidão. 

Este trabalho não vive de respostas. Habita nos momentos antes de qualquer coisa passar a ser uma só coisa. O trabalho enquanto sujeito é fluido na sua essência, resistindo a definições permanentes e conceitos estáticos. Qual portal para a imaginação. Corporiza-se a multiplicidade que transparece de uma imagem e de um som.
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
Download App iOS
Viral Agenda App
Download App Android