Ideias Trocadas: Novos Bichos, o Futuro da Cultura [3mf!#53]

[3 Meses para o Futuro!] #53

Moderadores:
Filipa Queiroz (Coolectiva)
Sara Quaresma Capitão (Mutante)

Convidados:
Hélder Bruno (Why Portugal / A.M.A.E.I.)
Isabel Worm (Convento São Francisco)
João Marco Lopes (CAIS)
Pedro Ferreira (Academia de Música de Coimbra)

Entrada gratuita, mas limitada a 20 pessoas, por isso pedimos que confirmem a presença através do email: coimbra.bluehouse@gmail.com
ou do telefone: 239 702 630

transmissão em stream em:
https://www.facebook.com/Coimbra.BlueHouse

A Blue House, em parceria com a Câmara Municipal de Coimbra, apresenta um conjunto de mesas-redondas, a decorrer no CAV - Centro de Artes Visuais e na Casa Municipal da Cultura.

O futuro não se constrói sem alicerces seguros num passado com história. Inabalável verdade. Agarremos então num nome do passado, sempre obrigatório no presente e nos futuros que virão. Homem que fez de Coimbra, com “o diabo dentro dela”, a sua casa e nela “levitou”. Miguel Torga é transversal a toda a cultura, cidade e suas gerações; e também ele a precisar de se ver revivido, revisitado, reinterpretado, assim o cremos.

Porém, desenganem-se. Não é sobre ele que falaremos. Não se trata, também, de lhe fazer mais uma directa homenagem. Estamos só com Ideias Trocadas.

É sim um repensar através dele. É um mergulhar sem artifícios no seu pensamento tantas vezes mordaz dos seus "Diários" acutilantes. Para cada sessão, partiremos sempre de diferentes passagens (talvez importunas) para inquietar quem connosco se sentar, para indagar sobre o futuro da Lusa Atenas, sobre a sua evolução enquanto cidade cultural, sobre a cidade que queremos construir, que queremos sentir à flor da pele e que viva na nossa alma. É um ultimar à premente reflexão sobre a cidade, que é nossa, para uma sincera Capital Europeia da Cultura, de todos e para todos.

E tudo começa assim, com Torga:

Arte sincera, política sincera, amor sincero... E o que isto é, explicado por um dicionário! O sábio que disse que os músculos da laringe é que pensavam, disse bem. São eles, na verdade, que pensam e articulam as palavras. O pior é o que permanece inexprimível na alma de cada um.

MODERADORES:

Filipa Queiroz
Licenciada em Comunicação Social pela Universidade do Minho, começou na rádio enquanto estudava mas a partir de 2007 colaborou como jornalista com jornais e revistas, nacionais e internacionais, e trabalhou a tempo inteiro em televisão na SIC, SIC Notícias e Teledifusão de Macau. Fez sobretudo jornalismo cultural, foi editora e apresentadora do programa Montra do Lilau, colaborou com a BBC no programa One Square Mile: Díli e fez a curta “The Bicycle Diaries” (2015) e dois documentários - “Boat People” (2016) e “Once Upon a Time in Ka Ho” (2016). Viveu 6 anos em Macau até voltar à cidade onde nasceu, Coimbra, onde co-fundou a revista online Coolectiva, em 2018, e exerce funções de editora executiva.

Sara Quaresma Capitão
Nasce em 1978, em Coimbra, cidade onde vive, actualmente. Em 2001, termina a licenciatura (pré-Bolonha) em Arquitectura, na Escola Universitária de Artes de Coimbra [ARCA|EUAC], curso acreditado pela Ordem dos Arquitectos. Exerce Arquitectura desde 2002 e Certificação Energética desde 2009, tendo ao longo do seu percurso profissional frequentado diversas pós-graduações na área de Reabilitação, Restauro e Conservação de edifícios, em Lisboa e Coimbra, bem como o curso Mestrado em Engenharia Civil e Arquitectura em “Reabilitação do Espaço Construído”, nos Departamentos de Engenharia Civil e de Arquitectura, da Faculdade de Ciências e Tecnologia [FCTUC], da Universidade de Coimbra. É colaboradora externa da Revista Mutante entre 2007-2011 e Editora residente desde 2011.

CONVIDADOS:

Hélder Bruno
Coimbra, 15 de dezembro de 1976. Iniciou os estudos em música e piano no Conservatório de Música de Coimbra, onde concluiu o 8.º grau de Formação Musical. Estudou Jazz e música improvisada na Escola de Jazz do Porto e frequentou diversos workshops com músicos de referência nacional e internacional da música erudita, do jazz e da música improvisada. Licenciou-se em Educação Musical na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Coimbra, em 1999. Em 2005, concluiu o mestrado em ciências musicais na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Desenvolveu uma metodologia de apoio à decisão à qual chamou «Ecocracia». Em 2006 publicou o seu primeiro livro «Jazz em Portugal, 1920-1956» (Almedina, 2006). Foi vereador da Câmara Municipal da Lousã entre outubro de 2009 e abril de 2016, quando renunciou ao mandato. É em 2016 que retoma a sua atividade artística, enquanto compositor e pianista. Em março de 2018, apresentava-se em Amesterdão e em Utrecht para três concertos. A 23 de março desse ano, lançou o seu primeiro álbum: «A Presença, Serena e Terna», que contou com o apoio da Antena 2. O álbum é uma suite de 12 peças (que se enquadra numa estética “indie classical”/”contemporary classical music”/”neo classical”, entre a tradição da música erudita ocidental e as linguagens pop) compostas e orquestradas para piano, voz e quarteto de cordas. Atualmente prepara o seu próximo álbum que se chamará «Sob um Céu de Água» que teve uma pré-apresentação numa colaboração com o estilista Nuno Gama, na Moda Lisboa.
Para além da sua atividade artística é investigador do Instituto de Etnomusicologia - centro de estudos de música e dança (INETmd), no pólo da Universidade de Aveiro. Foi bolseiro da FCT até 2018 e aguarda a defesa da sua tese de doutoramento em música, na especialidade de etnomusicologia, na Universidade de Aveiro, sob orientação da Professora Susana Sardo. É consultor senior, perito em ind. culturais e criativas (certificado pela AConsultIIP), especialista externo da DGArtes; membro dos corpos sociais da AMAEI, WHY Portugal, sócio da Sociedade Portuguesa de Autores, da GDAie e da Audiogest.

Isabel Worm
Consultora Artística e Cultural do Convento São Francisco e outros Equipamentos Municipais de Coimbra. Arquiteta de formação, é sócia fundadora do atelier Arsuna – Estúdio de Arquitetura e Artes Cénicas, com o qual tem desenvolvido vários projectos nas áreas da produção, direção técnica e direção de cena e ainda de consultoria de arquitetura de cena em Portugal, Angola, Moçambique e Itália. Anteriormente, foi diretora do Teatro Tivoli BBVA, para a UAU e dirigiu o Centro Cultural Olga Cadaval desde a sua abertura ao público em Junho de 2002 até Setembro de 2011. Foi  programadora deste espaço e ainda responsável pela direção de produção e pela direção técnica. Durante esse mesmo período, foi também Diretora do Festival de Sintra, cuja programação se apresentava no Centro Cultural Olga Cadaval e ainda nos palácios, quintas e parques dessa Vila. Nessa mesma altura fez parte do grupo de programadores (RIP – Reunião Informal de Programadores), num trabalho com a ARTEMREDE. Viveu em Itália, onde colaborou com o Maggio Musicale Fiorentino. Quando voltou para Portugal, ocupou o lugar de diretora de cena no Teatro Nacional de São Carlos e posteriormente fez parte da equipa que abriu o Centro Cultural de Belém, desempenhando esse mesmo cargo. Mais tarde viria a ser responsável pela direção técnica do CCB até à sua saída para a Expo 98, onde integrou a equipa do Teatro Camões, tendo feito a direção técnica da ópera que encerrou a programação daquele teatro - O Corvo Branco de Philip Glass, com encenação de Bob Wilson.

João Marco Lopes
Produtor de eventos há mais de 25 anos, tendo começado esta actividade aos 16 anos, para promover música que gostava em Coimbra. Foi mais tarde manager e agente de algumas bandas nacionais de renome, conferindo-lhe larga experiência em organização de eventos, concertos em alguns dos grandes festivais de música nacionais. Entre eventos que marcam a sua memória recorda a coordenação geral de 5 "Latadas", entre 1996 a 2000, enquanto dirigente associativo da AAC. Estando afastado profissionalmente desse ramo, durante cerca de 15 anos, por opção, não resistiu ao "bichinho" da promoção da cultura, manifestações artísticas e produção, regressando ao activo há cerca de 2 anos. Enquanto Director de Produção, teve a seu cargo eventos como "Por Este Rio Acima", vencedor da primeira edição do "Coimbra Participa", Coimbra Moto’R Show 2019, Palco RUC da Queima das Fitas 2019, "5 Locais | 5 Conceitos" integrado nas Festas da Cidade de Coimbra 2020 e colaboração no Fim de Ano de Coimbra 2019/20. É ainda fundador do CAiS e activo "Empreendedor e Idiota" na busca de novas soluções para a Cultura em tempos de pandemia.

Pedro Ferreira
Nasce em Coimbra, em 1979 e aos 6 anos começa formalmente os estudos musicais, seguindo o antigo método do solfejo. Dois anos mais tarde começa a estudar aquele que viria a ser o seu companheiro por excelência: o piano. Não poderia ser outra a cidade para palco da sua vida: torna-se professor de piano em Coimbra, expressão musical e formação musical, quer para adultos, quer para crianças, em 1998, passando por diversas instituições desta cidade. Após frequentar o curso de Gestão na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, não surpreende que tenha prosseguido os estudos de música na Licenciatura de Professores de Educação Musical na Escola Superior de Educação de Coimbra em 2005, concluída em 2009. Em 2005 funda a empresa Caminhos sem Atalho, responsável pela edição e produção de diversos eventos e projetos musicais. Foi músico em diversos projectos e, em 2007, conjuntamente com outros quatro elementos, funda a banda Anaquim, projecto artístico que pisa os maiores palco do país. Com quatro edições fonográficas, tem a oportunidade de gravar com diversas individualidades do mundo artístico nacional tais como Ana Bacalhau, Viviane, Jorge Palma, Luísa Sobral entre outros. Hoje é director geral da Academia de Música de Coimbra, instituição que funda em 2014 e que conta com mais de mil alunos nas suas oito dependências actuais e nas quinze instituições de pré-escolar parceiras, públicas e privadas - e permanece também dentro da equipa docente.