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Elisa Pône | Falso Sol Falsos Olhos

Elisa Pône | Falso Sol Falsos Olhos

Grátis
GALERIAS MUNICIPAIS - GALERIA QUADRUM
Falso Sol Falsos Olhos (Fake Sun Fake Eyes)
Elisa Pône
Curadoria | Curated by Estelle Nabeyrat
20.11: 17h-20h
Lotação limitada | Limited capacity. Marcações | Booking via: bilheteira@galeriasmunicipais.pt

Datas | Dates: 21.11 - 31.01.2021
Terça a sexta: 11h-13h e 14h-17h | Tuesday to Friday: 11am-1pm and 2pm-5pm
Sábado e Domingo: 10h-12h | Saturday and Sunday: 10am - noon 

Entrada livre | Free entrance
Visitas guiadas por marcação: terça a sexta: 11h30 - 13h | Guided tours by appointment: Tuesday to Friday: 11.30am - 1pm
Marcações | Booking: mediacao@galeriasmunicipais.pt 

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Para a sua primeira exposição individual em Portugal, a artista Elisa Pône, baseada em Lisboa, concebeu um projeto original para a Galeria Quadrum que se centra na história e nas qualidades físicas da galeria. Desde a sua criação, em 1973, e até 1995, a Galeria Quadrum foi considerada como "um laboratório de arte experimental portuguesa", título que lhe foi atribuído pela sua fundadora, a artista e colecionadora Dulce D'Agro (1915-2011). Graças à sua rede, Dulce D'Agro deu um contributo fundamental para a divulgação do trabalho de toda uma geração de artistas que beneficiou das credenciais internacionais da Galeria Quadrum.

Elisa Pône revive a dimensão experimental da Galeria Quadrum, aplicando a história em vários níveis paradigmáticos através do cruzamento da linguagem arquitectónica com os sinais da memória. "Falso Sol Falsos Olhos" constitui-se como uma oportunidade para os visitantes embarcarem numa viagem que não se limita aos objetos em exposição, sendo antes guiada por uma experiência interativa multidimensional com a sensibilidade de cada visitante.

A proposição arquitectónica quase inalterada da Galeria Quadrum funciona como uma vitrina aberta que oferece diversos pontos de vista através de múltiplos jogos sensoriais instalados pela artista. Combinando os materiais que são a sua imagem de marca, como o fumo e o som, com novas incursões estéticas, Elisa Pône liga um conjunto de obras de arte com intervenções cujos efeitos interferem no funcionamento tradicional da galeria.

"Como uma Luva" (2020) é uma obra a ser experienciada remotamente. Produzido em homenagem a Dulce D'Agro, o vídeo encontra-se disponível online durante o tempo de duração da exposição. A obra mostra-nos um perito em segurança que realiza uma avaliação do espaço da galeria, verificando janelas, alarmes e detetores. Este acaba por desaparecer na sua própria demonstração, engolido pelo fumo emitido pelo sistema de segurança em exposição. O fumo espesso preenche o espaço, revelando o seu volume. Simultaneamente vídeo e escultura efémera, esta peça testa a capacidade de percepção do espetador e questiona as condições da experiência humana na era do distanciamento social. Através da narrativa do perito em segurança, a Galeria Quadrum transforma-se num lugar de projeção fictícia: o discurso de segurança muda o registo e enfatiza as qualidades potenciais do espaço. A demonstração de conhecimentos especializados torna-se metáfora do valor acrescentado do espaço, onde ar e fumo se tornam noutra coisa.

A obra "Blurry Shades" (2020) é visível a partir do exterior da galeria, consistindo numa série de intervenções com bombas de fumo nas janelas da galeria. O seu espectro de cores perturba a relação entre a luz natural e a luz artificial. "Memory Flood" (2020) é um conjunto de obras de luz e som acompanhadas por um volume escultórico destinado a percorrer o espaço da galeria. Visível durante o dia e também à noite, para lá do horário de abertura da galeria, um robô luminoso varre o espaço com os seus raios estranhamente desarticulados. A sequência programada dos seus feixes de luz é perturbada por uma série de detetores que ativam os movimentos do robô de acordo com variações de luminosidade, temperatura e humidade.

"Falso Sol Falsos Olhos" apresenta também uma série de esculturas de orelhas presas aos pilares da galeria. Conchas de cerâmica que abrigam altifalantes, estas orelhas emitem uma ficção sonora dos pássaros que atravessam os espaços verdes à frente e atrás do edifício, bem como dos ventos. Embora estes elementos naturais preencham o espaço através do som, também se materializam numa escultura de base que atravessa a galeria de ambos os lados, destacando a intenção dos arquitetos de facilitar correntes de ar. O fluxo de ar impõe a sua presença, formando uma estrutura de suporte que convida o visitante a apreciar pontos de vista no interior da galeria e em direção à sua paisagem exterior.

Por fim, as escadas defronte da entrada para a galeria há muito que acolhem a escultura antropomórfica "Composição" (c. 1989) de Teresa Quirino (1920-2013), uma artista portuguesa que ocupou durante muito tempo um atelier nos Coruchéus. Ao deslocar a posição da obra dentro da galeria, Elisa Pône proporciona uma plataforma renovada para a obra "Composição", a qual será restaurada por um conservador profissional no decorrer da exposição. Duas luzes sincronizadas sinalizam os locais desta transferência de um local para outro, contribuindo assim para a experiência sensorial em vários níveis proporcionada por "Falso Sol Falsos Olhos".
 

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For her first solo exhibition in Portugal, Lisbon-based artist Elisa Pône has conceived an original project for Galeria Quadrum focusing on the history as much as the physical qualities of the gallery. From its inception in 1973, and until 1995, Galeria Quadrum was designated "a laboratory for experimental Portuguese art”, a subtitle given by its founder, the artist and collector Dulce D’Agro (1915-2011). Thanks to her network, D’Agro contributed to the dissemination of the work of an entire artist generation who benefited from Galeria Quadrum’s international credentials.

Elisa Pône revives the experimental dimension of Galeria Quadrum. Pône deploys history on several paradigmatic levels by cross-referencing architectural language and signs of memory. "Falso Sol Falsos Olhos" (Fake Sun Fake Eyes) is an opportunity for visitors to embark on a journey that is not limited to the objects on view, but one that is rather conducted by a multi-dimensional interaction experience with the sensibilities of each visitor.

Galeria Quadrum's almost unchanged architectural proposition performs as an open showcase, which offers myriad points of view via manifold sensory games installed by the artist. Combining her trademark materials such as smoke and sound with new aesthetic explorations, Elisa Pône connects a set of art works with interventions whose effects intervene in the gallery’s traditional functioning.

"Como uma Luva" (2020) is a work to be experienced remotely. Produced in honour of Dulce D'Agro, the video is available online for the duration of the exhibition. The work features a security expert carrying out an assessment of the gallery’s space, checking windows, alarms and detectors. Eventually, he’ll vanish in his own demonstration, swallowed by the smog provided by the security system on display. The thick smoke fills the space and thus reveals its volume. Video and ephemeral sculpture simultaneously, the work tests the viewer’s perceptual capacity and questions the conditions for human experience in the era of social distancing. Via the security expert's account, Galeria Quadrum turns into a site of a fictional projection: the security discourse shifts the register and emphasizes the potential qualities of the setting. The demonstration of expertise becomes the metaphor for added value of space, where air and smoke become something else.

"Blurry Shades" (2020) is visible from the gallery exterior and consists of a series of smoke bomb interventions on the gallery windows. Its colour spectrum disrupts the relationship between natural and artificial light. Memory Flood (2020) is a set of light and sound works accompanied by a sculptural volume set to cross the gallery space. Visible during the day and beyond gallery opening hours at night, a luminous robot sweeps the space with its strangely disjointed rays. The programmed sequence of its beams is disrupted by a series of detectors, which trigger the robot movements according to variations in brightness, temperature and humidity.

"Falso Sol Falsos Olhos" (Fake Sun Fake Eyes) also features a series of ear sculptures attached to the gallery pillars. Ceramic shells that house loudspeakers, the ear sculptures broadcast a sound fiction featuring birds, which cross the green spaces in front and behind the building, as well as the blowing winds. While these natural elements fill space through sound, they also materialize via a long base sculpture that pierces the gallery on both sides thus highlighting the architects’ intention to facilitate air drafts. The airflow imposes its presence, forming a support structure that invites the viewer to appreciate points of view within the gallery and towards its external landscape.

Finally, the stairwell opposite the gallery entrance has long plaid host to the anthropomorphic sculpture "Composição" (ca. 1989) by Teresa Quirino (1920-2013), a Portuguese artist who was a long-term resident of the Coruchéus's ateliers. By shifting the works position inside the gallery, Elisa Pône provides a renewed platform for "Composição". Over the course of the exhibition, a professional conservator will restore the sculpture. Two synchronized lights signal the sites of this slip from one location to another, thus adding to the multi-layered sensorial experience offered by "Falso Sol Falsos Olhos" (Fake Sun Fake Eyes).
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