21:00
Companhia Nacional de Bailado - Dançar em tempo de guerra
© DR

Companhia Nacional de Bailado - Dançar em tempo de guerra

Dançar em tempo de guerra é um programa que reúne duas obras de dois coreógrafos de referência do século XX, Martha Graham e Kurt Jooss. Chronicle e A Mesa Verde, ambas criadas na década de 30 do século passado, refletem as inquietações dos seus autores sobre a ideia de guerra. Se Jooss trabalha a partir dos efeitos da I Guerra Mundial, Graham relata as trágicas consequências sociais e humanas, reflexo do contexto da época. Depois de ter sido dançada a última vez na CNB, em 1987, A Mesa Verde regressa aos palcos juntamente com Chronicle, de Martha Graham, coreógrafa que passou a integrar o repertório da companhia com esta obra, em março de 2020.

MARTA GRAHAM (ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA)
CHRONICLE


Estreado em dezembro de 1936, Chronicle não traduz uma representação realista dos acontecimentos, mas revela a ideia da coreógrafa americana Martha Graham de universalidade sobre a tragédia da guerra. Originalmente criado em cinco secções, foi, entretanto, remontado pela Companhia de Dança Martha Graham, e é hoje apresentado numa versão reduzida a três secções: Spectre-1914, Steps in the Street e Prelude to Action. Esta foi a primeira obra de Martha Graham a integrar o repertório da CNB, em março de 2020.

KURT JOOSS (ALEMANHA)
A MESA VERDE

Em julho de 1932, o coreógrafo alemão Kurt Jooss estreou A Mesa Verde no Théâtre des Champs-Elysées, em Paris. Inspirado por uma dança da morte medieval e pelo rescaldo da I Guerra Mundial, esta obra retrata várias facetas da guerra, em que a morte está sempre presente. Considerada uma das obras coreográficas mais marcantes do século XX, A mesa verde é também o mais emblemático trabalho de Jooss, tendo recebido o primeiro prémio do concurso de coreografia organizado pelos Arquivos Internacionais da Dança, em Paris. Esta peça integrou o repertório da CNB em 1984 e foi dançada pela última vez pela companhia há 33 anos.

A COMPANHIA NACIONAL DE BAILADO foi criada por iniciativa do Governo de Portugal, em 1977. Ao longo das quatro décadas de existência tem apresentado obras de referência do reportório internacional, quer as incontornáveis do dito clássico, quer as de coreógrafos como Balanchine, De Keersmaeker, Forsythe, Joos, Kylián, Limón, Van Manen ou Spöerli. Paralelamente, tem apostado em encomendas geradoras de uma identidade própria, com especial destaque para os convites a autores portugueses como Armando Jorge, Fernando Duarte, Olga Roriz, Rui Lopes Graça ou Vasco Wellenkamp. Sofia Campos é a atual diretora artística da companhia.

MARTHA GRAHAM teve um impacto profundo e duradouro na arte e cultura americana. Atravessando fronteiras artísticas, colaborou e encomendou trabalhos aos principais artistas visuais, músicos e designers da sua época, incluindo o escultor Isamu Noguchi e os compositores Aaron Copland, Samuel Barber e Gian Carlo Menotti. O estilo inovador de Graham partiu das suas experiências com os movimentos elementares de contraction e release. Concentrando-se nos movimentos básicos da forma humana, verificou que o corpo podia emitir emoções cruas e elétricas. Os movimentos nítidos, angulares e diretos da sua técnica criaram uma distância do estilo predominante da época. Graham influenciou gerações de coreógrafos incluindo Merce Cunningham, Paul Taylor e Twyla Tharp. Bailarinos clássicos como Margot Fonteyn, Rudolf Nureyev e Mikhail Baryshnikov procuraram diversificar e ampliar as suas experiências artísticas colaborando com Martha Graham. Durante a sua longa carreira, Graham criou 181 peças.

KURT JOOSS nasceu em 1901, em Wasseralfingen, na Alemanha. Em 1920, enquanto estudava canto, teatro e piano no Conservatório de Estugarda conheceu Rudolf von Laban de quem foi aluno, bailarino e, mais tarde, assistente. Jooss foi nomeado diretor de movimento no Teatro Municipal de Münster , na Alemanha, onde formou a sua primeira companhia — Die Neue Tanzbühne. Em 1927, Jooss mudou-se para a cidade de Essen e foi cofundador da Folkwangschule, uma academia para as artes performativas. Ganhou o primeiro prémio do Concurso Internacional Coreográfico de Paris, em 1932, com a peça A Mesa Verde. Em 1933, Jooss foi forçado a deixar a Alemanha por razões políticas e fundou, em Inglaterra, a Escola de Dança Jooss-Leeder em 1934. Até à sua reforma em 1968, Jooss trabalhou como diretor, coreógrafo e professor.


Fonte: http://www.teatromunicipaldoporto.pt/pt/programa/companhia-nacional-de-bailado-dancar-em-tempo-de-guerra/
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
Download App iOS
Viral Agenda App
Download App Android