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Residência - Coreografia - por João dos Santos Martins

Residência - Coreografia - por João dos Santos Martins

Numa conferência-performance intitulada Salário Máximo, apresentada na Assembleia da República Portuguesa, em Lisboa, em 2014, Vera Mantero dizia que a dança lhe parecia a arte menos apropriada para falar do que quer que fosse. Segundo a artista, seria mais simples vincular uma ideia concreta no cinema ou na literatura. Esta afirmação sustenta uma ideia comum de que a dança não pode falar, sendo, no entanto, uma metáfora para o pensamento. O aparente conflito que aqui se desponta aponta para a relação entre política e poética, que poderia ser expresso na dicotomia entre escrita de texto e composição de gestos, ações e movimentos. Tal como imaginada por Raoul Feuillet no seu tratado do século XVIII, a dança seria primeiro redigida em papel, através do sistema de notação por si criado, e só depois interpretada e transposta para o corpo. Existia uma verdadeira separação entre uma idealização, escrita como lei, e uma realidade dançada, fruto de uma prática, no chão. O processo de transmissão seria como “dançar” uma língua e “falar” uma dança, um processo em que texto e corpo interagem numa lógica de transformação entre expressão, experiência e comunicação.

coreografia João dos Santos Martins dança Adriano Vicente texto José Maria Vieira Mendes música João Barradas luz Filipe Pereira figurinos Constança Entrudo produção Sofia Matos / Materiais Diversos produção executiva Claraluz Keiser / Associação Parasita co-produção Alkantara, Associação Parasita, Centro Cultural Vila Flor e Materiais Diversos residências artísticas Centro Cultural Malaposta, Estúdios Vítor Córdon e 23 Milhas

Fonte: https://www.23milhas.pt/evento/residencia-lingua-2/
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