20:00 até às 23:00
FORA DE ZONA
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FORA DE ZONA

I N T R O

O Desvio (Marco Lima) regressa, ao T1 do Barreirinha Bar Café, para orientar um novo laboratório de teatro contemporâneo e performance. 

Desta vez com a duração de um ano letivo (a começar em Novembro de 2020 e a terminar em Junho de 2021), pretende-se experienciar um processo, no qual a criatividade e o contacto com as mais diversas fontes artísticas, literárias e filosóficas, abrirá portas para um lugar extra-quotidiano, onde a liberdade de expressão e pensamento terão possibilidades inesgotáveis.

Linhas gerais:

No Teatro Contemporâneo o trabalho do corpo assume um papel fundamental. Mapear o corpo tendo como ponto de partida a palavra, como se esta fosse também elemento vivo, orgânico, capaz de produzir matéria no imediato, no agora. 

Ele coloca o ator/atriz ou performer no centro da pesquisa criativa, isto é, dá-lhe espaço como agente participativo/ colaborativo em que, através das propostas que traz do seu universo autobiográfico/ imaginário e quotidiano, enriquece o processo inventivo, tornando-o também o seu lugar de fala, de manifesto. Simultaneamente, cada participante será estimulado a tornar presente o seu universo autoral bem como a fortificar com referências artísticas a sua identidade na vida e na arte.

M A P A
T E M Á T I C O

Z O N A #1 (Novembro 2020 a Janeiro 2021):

Partiremos de excertos do livro “Húmus" de Raul Brandão em relação com a obra poética de Herberto Hélder, de modo a explorar temas sociais, existencialistas e o conceito de poema-corpo. Surgirão também fragmentos de “Tão só o fim do mundo”, peça de teatro de Jean Luc Lagarce e o visionamento do filme com o mesmo nome da autoria de Xavier Dolan. Frases das peças de teatro de Anton Tchekhov servirão como interferências a tudo isto. Como contaminação essencial do ponto de vista temático e estético, teremos um olhar geral sobre a obra plástica de Paula Rego em relação com imagens presentes nos espetáculos da coreógrafa Marlene Monteiro Freitas, através dos quais iremos explorar conceitos como o corpo-revolução, o corpo-disrupção e o corpo-grotesco.

Z O N A #2 (Fevereiro 2021 a Abril 2021):

Faremos uma incursão no Teatro do Absurdo e no Existencialismo através de "Textos para Nada" de Samuel Beckett estabelecendo uma ponte com o cinema de Roy Andersson ("Um pombo pousou num ramo a refletir na existência") e imagens presentes em espectáculos do encenador/ coreógrafo Miguel Moreira. Posteriormente, uma breve abordagem da série "BoJack Horseman" (Netflix) da autoria de Raphael Bob Waksberg. 

Construiremos uma ponte dramatúrgica entre o texto "Água Viva" de Clarice Lispector e imagens presentes em espetáculos das coreógrafas Pina Bausch, Sasha Waltz e Meg Stuart. 

Visitaremos o universo do Teatro Contemporâneo de Intervenção com os dramaturgos e encenadores contemporâneos Angelica Liddell, Rodrigo García e Romeo Castelluci. No âmbito da Arte Urbana, Banksy e Jean Michel Basquiat serão também motores de pesquisa criativa, culminando com o Surrealismo do cineasta Alejandro Jodorovsky em “Poesia sem Fim”.

Z O N A #3 (Fevereiro 2021 a Abril 2021): 

Construiremos o espetáculo que marcará o final do laboratório que, do ponto de vista estético, localizar-se-á entre a Performance, a Instalação, o Site-Specific, o Video-Mapping, a Instalação Sonora, o Teatro Pós-Dramático e o Teatro-Dança. A nível temático, os performers serão convidados a construir partituras teatrais e coreográficas, a partir da seleção e inter-relação de um a três dos universos pesquisados nas ZONAS #1 e #2.

S I N O P S E 

Sair da zona rotineira. Embarcar para uma com mais dimensão poética. Na poesia encontramos o fogo, o grito, a suspensão, o abismo, a transgressão, a transformação, a vertigem necessária ao trabalho do artista. O trabalho de um artista é repetir o seu nome, vezes sem conta, o seu nome sempre dos outros e sempre seu. “Basta-nos o nome para lidar com ele (…) Ponho o ouvido à escuta de encontro ao mundo: ouço-me para dentro" – palavras de Herberto Hélder. Velhas fórmulas e a urgência de as romper. A vida e a vidinha.  A outra vida. “A VIDA NÃO PODE SER UM SIMULACRO” – Raul Brandão. É preciso elogiar os músculos. É preciso dizer com toda a convicção EU ESTOU AQUI E AGORA. ESTE É O MEU CORPO. Como continuar. Como reerguer. Como recomeçar. E o que nunca devemos esquecer: O Sonho. Ir um dia para Moscovo como nas peças de Tchekhov. Os comboios. O som dos comboios sempre me fascinou. Não quero ser uma daquelas personagens dos livros de Raul Brandão que gritam “Eu não vivi, eu não vivi!”. Eu não quero ser uma personagem, de todo. EU QUERO SER EU. É este o meu manifesto. E o teu, qual é?
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