A partir de Hermann Broch Versão de António S. Ribeiro com a colaboração de José Ribeiro da Fonte, a partir da tradução de Suzana Muñoz
Não se pode fazer bom teatro sobre alguma coisa. Só se pode fazer bom teatro com algumas belas coisas. Um texto sublime sobre a mais bela e terrível história de amor, uma bela e prodigiosa atriz que transformará em verdade o intenso monólogo da velha criada Zerlina, um magnifico canapé onde o senhor A. está no meio de um amontoado de móveis, a estender os seus inquietos pensamentos, a falar pouco e a ouvir muito, numa tarde quente de um domingo do verão, uma sala negra, íntima, uma janela alta com gelosias corridas que apenas deixa passar um pequeno raio de luz para ferir a obscuridade, onde a revelação e o triunfo do texto devem acontecer. Tudo isto me oferecem. A filosofia de um cineasta reside na luz, nas sombras, no enquadramento, na direção dos atores. Mas aqui o enquadramento está já decidido (o teatro acontece sempre em plano geral). Restam-me a luz, as sombras e a comunhão com a maravilhosa Luísa Cruz. O que não é pouco.
21h00 Centro de Arte de Ovar destinatários M/12 entrada 5€ duração 75’
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encenação João Botelho cenografia e figurino Pedro Cabrita Reis desenho de luz Nuno Meira sonoplastia Sérgio Milhano/Pontozurca produção executiva Nuno Pratas interpretação Luísa Cruz Coprodução | CCB | Culturproject
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