História e testemunhos de um trabalho invisivel. Um manifesto para o futuro Apresentação: Júlio Machado Vaz, Capicua (Ana Fernandes) Helga Calçada A sessão será transmitida em streaming na página do MIRA FORUM Em algum momento das nossas vidas, todos precisaremos dos cuidados de outros e todos seremos, provavelmente, cuidadores de alguém. Em Portugal, estima-se que, além dos 700 mil profissionais de cuidados reconhecidos como tal, cerca de 800 mil pessoas prestem cuidados informais a idosos, dependentes, doentes crónicos ou pessoas com deficiência. Este trabalho invisível e marginalizado, levado a cabo com enorme sacrifício pessoal e, muitas vezes, incomportável prejuízo para quem o assume, representa, na verdade, 4 mil milhões de euros por ano. Perante este cenário, e antevendo um aumento exponencial da necessidade de cuidados nas próximas décadas, é nosso dever enquanto sociedade prepararmo-nos e procurar respostas adequadas que não excluam uma parte importante e activa do seu todo. Devem os cuidados ser uma responsabilidade exclusiva das famílias, do Estado ou da sociedade civil? O Estado deve remunerar os cuidadores informais ou criar empregos para cuidadores profissionais? Por que razão as profissões mais essenciais são, tantas vezes, as menos valorizadas? A partir de exemplos de Portugal e de outros países, Cuidar de quem cuida é um manifesto apaixonado por uma nova política pública de cuidados que reconheça o cuidador e o seu labor e desenha um roteiro das principais escolhas que teremos de fazer na próxima década para enquadrar os cuidados, reforçar as respostas sociais e cuidar de quem cuida. Sobre os autores José Soeiro é sociólogo, doutorado pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra na área do trabalho, precariedade e ação coletiva. Foi o deputado-relator da petição entregue na Assembleia da República para a criação do Estatuto do Cuidador Informal. É autor da primeira proposta de Estatuto e um dos responsáveis pela elaboração da atual lei. Mafalda Araújo é socióloga, tendo realizado um trabalho de investigação sobre os cuidados informais prestados por familiares em Portugal. A sua tese, apresentada na Universidade de Amsterdão em 2019, tem como título Desvelando o «manto da invisibilidade»: Um inquérito laboral aos cuidadores familiares em Portugal. Sofia Figueiredo é uma das fundadoras e primeira presidente da Associação Nacional de Cuidadores Informais. Tem sido um dos rostos mais ativos da luta pela dignificação das cuidadoras e pela criação do Estatuto do Cuidador Informal em Portugal.